sábado, 28 de agosto de 2010

2ª ENTREVISTA AO PASTOR-REPÓRTER ALEX DURAN PARA A REVISTA PÁGINA DO ESTADO DA PARAÍBA

PROFESSOR REABRE TEMA E AFIRMA QUE OS JUDEUS FIZERAM A LEITURA ERRADA DE DEUS NO VELHO TESTAMENTO

Nesta entrevista ao repórter Alex Duran, o professor Iremar Bronzeado fala ousadamente de suas convicções acerca do Novo e Velho Testamentos da Bíblia. Ele afirma que "na realidade a oposição não é entre dois deuses, mas entre duas concepções, duas leituras, do mesmo Espírito", onde a correta está no NT. Iremar Bronzeado não concebe um Deus genocida e infanticida descrito pelos judeus no Antigo Testamento. 

Convertido ao evangelismo há cerca de 20 anos, Iremar Bronzeado, nosso entrevistado, é professor aposentado da UFPB, onde lecionou Ética e Filosofia Política. Há cerca de dez anos vem desenvolvendo o que ele chama de Ministério Só Jesus, ou seja, a conversão exclusiva ao Evangelho, o que implica em livrar a Igreja de Cristo de toda herança e influência judaica, como queria o bispo Marcião de Sinope já no segundo século.

1- Professor, em uma entrevista, o senhor afirmou que o Deus do Antigo Testamento (AT) é o oposto do Deus de Cristo, como é isto?

Os termos de sua pergunta insinuam um certo politeísmo de minha parte. Na realidade a oposição não é entre dois deuses, mas entre duas concepções, duas leituras, do mesmo Espírito, o Pai Criador Infinito e Eterno, que só pode ser alcançado por nós, criaturas finitas e temporais, através das imagens mentais e conceituais que d'Ele fazemos a partir das teofanias e revelações a nós concedidas. Neste sentido, há um abismo intransponível entre a concepção do Pai Celestial desenvolvida pelos judeus no AT, um pai justiceiro, irado, legalista, condenador, vingativo, guerreiro, matador, saqueador, que provoca temor e tremor, e a concepção cristã de um Pai, que, por nos amar de modo incondicional e absoluto, nos lava de todo pecado com o sangue do seu sacrifício na cruz. Aqui, o Espírito Encarnado em Jesus é só amor, perdão e misericórdia; e o comportamento de quem O ama é ditado pela Lei escrita pela graça em seu coração, que completa e supera inteiramente qualquer outra lei escrita em pedra, pergaminho ou papel. Em vez de temor e tremor, Jesus, o Bom Pastor, manso e humilde de coração, nosso Pai Criador, só nos dá alegria, regozijo e paz, por termos sido libertados da escuridão da lei e do pecado. Ele nos deu vida e vida em abundância: a vida eterna.

2- O senhor insinuou que os judeus se achavam exclusivos, digamos na apresentação de Deus ao mundo, explica como é.

A Antiga Aliança abrangia não só os judeus, mas todas as religiões pagãs, que, a partir de variadas revelações divinas, floresceram antes da chegada do Messias, aí incluídos, por motivos doutrinários, os muçulmanos, que, mesmo sendo posteriores a vinda do Messias, vivem ainda nas trevas da lei. Com certeza, todas elas também se achavam ou se acham exclusivas na representação do Espírito Divino sobre a terra. Aliás, as escrituras de algumas delas, como é o caso do Tao Te King, apresentam muito mais consonância e identidade com o cristianismo, e nos aproximam muito mais da essência infinita e eterna do Espírito do que todas as escrituras judaicas. O objetivo da Nova Aliança é colocar todas essas religiões, ou melhor, todas as criaturas do mundo, sob a égide do Evangelho do Senhor Jesus, realizando a sua promessa de um só rebanho e um só pastor, onde não haverá acepção de pessoas, onde todos, judeus, gregos e gentios se tornarão iguais, como irmãos filhos do mesmo Pai.

3- Dar-se-ia o caso de que Deus inconformado com esta leitura, digamos errônea de si mesmo, que o judeu fez, decidiu então enviar o Seu Cristo para apresentar a correta?

Exatamente. Apesar de inalcançável em sua morada infinita e eterna, o Pai Celestial deu aos homens, todas as ferramentas para que eles, ao seu livre arbítrio, e a partir das inumeráveis revelações que lhes foram e são oferecidas, construíssem uma imagem, uma concepção, uma leitura, cada vez mais aperfeiçoada e próxima de sua essência Divina, para poderem, assim, com Ele se comunicar, reverenciá-Lo, adorá-Lo e buscar o seu reino. Apesar de ter sido escolhido para anunciar e preparar a vinda do Messias, o povo israelita foi o que mais errou no cumprimento dessa tarefa, atribuindo ao Pai Celestial características demasiadamente humanas como a ira, o legalismo justiceiro, o ódio aos inimigos, o egoísmo, o poder dominador, o militarismo (chamavam-no de rei dos exércitos, leão de Judá e outros epítetos nada pacíficos). Então veio Jesus, o Cordeiro dos Céus, o Príncipe da Paz. É como se Ele dissesse: "Basta! Esqueçam todos os nomes que me deram e o retrato falso e escabroso que fizeram de mim. Daqui por diante chamem-me apenas de Jesus. Este é meu filho amado em quem me comprazo. Ele e eu somos um: a mesma pessoa. Se querem se salvação, ouçam e pratiquem o que Ele diz."

4- A reação de ódio que os judeus tinham diante de Jesus, corrobora a tese que o senhor vem defendendo, ou seja: o conceito de Deus do AT é oposto ao conceito do mesmo Deus proclamado por Jesus?

Com certeza. A perseguição implacável, odienta, mortífera, pérfida, traiçoeira, caluniosa, terrorista e sanguinária com que os judeus tentaram eliminar Jesus e os seus discípulos é a prova, a constatação mais clara que a luz do sol, de que os modos como judeus e cristãos tentam conhecer, adorar e reverenciar o Espírito são inteiramente contrárias, opostas, inconciliáveis. Difícil é compreender como a Igreja Romana, desprezando as advertências do Bispo Marcião de Sinope, excomungado como herege em 144, por ter denunciado o perigo mortífero da então nascente promiscuidade entre judeus e cristãos, empederniu-se no erro durante tantos séculos, terminando por transmitir como herança à Igreja Reformada esse pesado fardo, que até hoje a faz gemer, claudicar e se pulverizar na indeterminação de miríades de seitas e denominações, cada uma delas se achando a verdadeira e combatendo as outras como errôneas, falsas e até demoníacas, na mesma linha do exclusivismo xenófobo e etnocêntrico dos judeus.

5- Em relação às Escrituras o senhor disse que a verdadeira Palavra de Deus vem da boca de Jesus, é isso mesmo?

Isto é claro, lógico, e de uma evidência ululante; uma vez que Jesus é a Palavra, o Logos, o Verbo Divino encarnado. Ele é o próprio Espírito, o próprio Pai Celestial, em pessoa, o Emânuel, que fez do nosso coração o seu templo não feito por mãos humanas. As palavras saídas da boca de Jesus devem calar todas as outras pronunciadas pelos profetas, sacerdotes, doutores, filósofos, oráculos e áugures da Antiga Aliança. Nos Atos e Cartas podemos perceber claramente como os apóstolos estabelecem uma perfeita sinonímia entre o Evangelho e a Palavra do Pai. As escrituras judaicas são citadas apenas como mero testemunho profético da vinda do Messias e não como a Palavra do Pai, ou como nossa regra de vida e salvação. Além disso, Jesus não ordenou aos seus discípulos a pregação da bíblia judaica e sim, literalmente: "Ide e pregai O EVANGELHO a toda criatura até os confins da terra".

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

1ª ENTREVISTA CONCEDIDA AO PASTOR-REPÓRTER ALEX DURAN

ENTREVISTA A ALEX DURAN
Iremar Bronzeado

Professor Iremar, para iniciar nossa entrevista, eu pergunto: Deus é o que?
R - Deus é o Ser incriado e sempiternamente existente, o princípio e o fim de todas as coisas. É o Espírito Cósmico, pneumático, infinito e eterno, e portanto por nós inalcançável, inefável, inominável, criador de tudo quanto existe no céu e na terra. Ele está em todas as coisas e todas as coisas estão n'Ele. Ele é Jesus, o Cristo, o Messias, o Verbo Encarnado, o Emanuel, que rasgou o véu para se mostrar por inteiro em sua verdadeira face de amor incondicional e absoluto, de perdão, misericórdia e salvação.

Professor, em um de seus artigos, o irmão, em resposta a um amigo, fala da impossibilidade de uma definição de Deus. Como se poderia entender essa colocação?
R - Em sua essência infinita e eterna, Deus é inefável, indefinível, inalcançável. Ele, no entanto, nos deu a capacidade intelectual de intuí-Lo, de imaginá-Lo, de senti-Lo em nosso coração, de antropomorfizá-Lo numa imagem conceitual, a única capaz de ser por nós compreendida. De uma certa forma, somos responsáveis por Sua existência no mundo da finitude. Talvez por isso Jesus seja chamado no Evangelho, ora de Filho de Deus, ora de Filho do Homem, ou seja um Ser Divino, gerado ao mesmo tempo pelo Espírito Infinito e pela engenhosidade da mente humana dada por Ele. Aliás, Sua encarnação na pessoa de Jesus facilitou enormemente essa nossa tarefa, uma vez que Jesus é a imagem perfeita do Pai (2 Co.4:4).

Ainda nesse artigo, o irmão fala de guerras, saques, assassinatos, genocídios, infanticídios etc, praticados em nome da Divindade abraâmica, como é isso?
R - Ora, exatamente como estão, todos esses crimes, descritos na bíblia dos judeus, sempre atribuindo-os à vontade de Deus, em suposta defesa de Israel. O genocídio cometido por Josué quando da conquista da "terra prometida", onde foi passado à espada tudo que respirasse, pode ser considerado o maior crime jamais cometido contra a humanidade. Tudo em nome da leitura abraâmica de Deus.   

O irmão cita o vocábulo "teofania", que é uma manifestação divina, ao se referir à pergunta desse amigo. Que outras maneiras poderíamos ter para definir Deus?
R - Quanto à definição de Deus, já falamos de sua impossibilidade em perguntas anteriores. As teofanias são inumeráveis, quase infinitas. Podemos dizer que cada ser humano tem sua teofania, ou seja, a maneira através da qual Deus se revela ao seu coração e à sua mente, de uma forma toda pessoal e particular. Há as teofanias coletivas das comunidades cristãs, que formam a Igreja de Cristo. Há também uma teofania na incomparável beleza das inumeráveis maravilhas da criação. Mas a maior de todas as teofanias foi a vinda do Messias Prometido, a pregação do Evangelho da salvação pelos próprio Deus Encarnado, proporcionando-nos a graça de conhecer pessoalmente a mais perfeita de todas a leituras finitas do Espírito Cósmico Infinito e Eterno. Esta representa e supera todas as outras teofanias, e, na medida em que buscamos a exclusiva conversão a ela, como nos indica o Evangelho, vamos caminhando, num movimento de convergência, da pluralidade à necessária unidade da Igreja de Cristo.

O irmão afirma que os judeus, a despeito de seus avanços no pensamento abstrato, idealizaram um Deus demasiadamente humano. Isso significa que o irmão não acredita nesse Deus (o idealizado por eles)?
R - O Deus em que acredito é aquele nascido na Galiléia e morto na cruz pela remisão de nossos pecados. Todas as outras leituras da Divindade se anulam diante desta suprema e vivificadora teofania. Sobretudo a judaica, que atribuiu ao Pai todos os crimes que eles foram capazes de cometer, formando o conceito de um Espírito de ira, vingativo, legalista, justiceiro, tirânico, guerreiro e terrorista, antítese do Deus da paz, do amor, do perdão e da misericórdia encarnado em Jesus de Nazaré.

A morte e ressurreição de Cristo, segundo o irmão, determina o fim dessas aparições e manifestações divinas, e o começo de nova epifania, ou seja uma nova manifestação de Deus. Então o irmão dá crédito ao Deus abraâmico?
R - O único Deus revelado a quem dou todo o meu credito, meu coração, minha alma, meu entendimento e todas as minhas forças é Jesus, o Carpinteiro de Nazaré.

No artigo em que o irmão cita o evolucionista Richard Dawkins respondendo à pergunta do jornalista Sílio Bocanera, em resposta ele diz que perguntaria a Deus "Que deus é  você...".Tratando-se como se trata de um ateu confesso, sua resposta ao jornalista não configura uma contradição, já que neste caso ele admite em colóquio com Deus?
R - Todo ateu continua, no fundo, um cara religioso. Só que, no lugar do nosso Deus, transcendente, infinito, libertador, vivo e vivificador, revelado na pessoa do seu filho Jesus, ele põe como sua divindade absoluta a matéria, finita, pobre, opaca, enganosa, aleatória e morta. Neste caso, como o verbo, em sua resposta, está no condicional, é de se supor que ele fala de Deus apenas como uma hipótese que ele considera inverificável e, portanto, inexistente. 

Em conversa que tivemos, o irmão afirmou que a obra redentora de Cristo e toda sua falação de 3 anos na Judéia, é apenas, digamos, um dos atributos de Deus. Então há outros que não nos foram revelados?
R - Nossa leitura, humana e finita, de Deus-em-Si, infinito, inalcançável, incognoscível, está na figura perfeita de Cristo Jesus e no seu Evangelho. É aí que nos são revelados todos os maravilhosos atributos de Deus. Não necessitamos mais de outras revelações. Esta nos basta. Os escritos dos evangelistas e as cartas dos apóstolos nos dizem que nada devemos acrescentar ao Evangelho de Cristo. Ele é bastante e suficiente para nossa salvação. Debatermo-nos nas tempestades da Velha Aliança é negar a bonança trazida pela obra redentora de Cristo, é rejeitar as bem-aventuranças da Nova Aliança por Ele estabelecida.

Para encerrarmos, o irmão acredita que a Bíblia seja a Palavra de Deus, ou apenas homens santos inspirados a escreveram? O que é diferente do que apregoam os pastores em todo o mundo.
R - É preciso ter humildade e modéstia diante da infinitude de Deus, para não cairmos na soberba de nos acharmos na posse absoluta de Sua Palavra, que mora, como Ele, no infinito, para além da morada das estrelas. É preciso não cairmos na idolatria do simbolismo da letra, que mata, e buscar o espírito da palavra, que por trás e por cima da letra, vivifica. Os profetas e os evangelistas traduziram para nós, em palavras escritas, o que eles entreouviram, de memória ou por inspiração divina. A Palavra de Deus, em si, está além, muito além da pobre linguagem humana. O que mais nos aproxima da Palavra não é simplesmente a leitura e a hermenêutica dos escritos humanos, senão a oração, a meditação e a prática do Evangelho de Jesus. A única e fidedigna Palavra de Deus que conhecemos é a expressa pelo próprio Deus no Evangelho de Cristo. Nesta e somente nesta eu creio e procuro praticá-la dentro das melhores das minhas possibilidades.
Antes da Revolução Copernicana, todos os filósofos, cientistas, pensadores, padres e doutores da Igreja afirmavam, com certeza absoluta e convicção dogmática, que a terra era imóvel e que todos os astros, inclusive o sol, giravam em torno dela. Estavam todos equivocados e tiveram que, mesmo contra a vontade, admitir a verdade verdadeira que estava por trás dos fatos observados pela enganosa experiência sensível. Nada impede que o fenômeno se repita. Os sacerdotes e doutores da lei de hoje continuam tão literalistas e dogmáticos quanto os daquele tempo. É possível que todos os pastores, teólogos e doutrineiros de todo o mundo estejam equivocados quando servem a dois senhores: a Bíblia dos judeus e o Evangelho de Cristo Jesus. Talvez, um dia, tenham que reconhecer que a Igreja de Cristo só retomará sua marcha gloriosa dos primeiros tempos, quando se desvencilhar da pesada carga judaica que lhe amarraram às costas os sacerdotes e doutores da lei, praticantes do mais opaco e obtuso dogmatismo fundamentalista dito cristão.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

MARCIÃO, O ILUMINADO

MARCIÃO, O ILUMINADO

            Os hereges e excomungados quase sempre estão com a verdade. E mesmo que assim não fosse, lhes restaria o mérito de se insurgir corajosamente contra a tirania dos dogmas impostos pela força despótica de falíveis e falazes autoridades humanas, bem como se rebelar contra verdades estabelecidas por tradições superadas pela luz do novo e pela marcha da civilização.  Foi assim com Sócrates, Galileu Galilei, Giordano Bruno, Lutero, e o próprio Jesus, que, acusado de herético, blasfemo, insubordinado, mentiroso, enganador, endemoninhado, aliado de Belzebu, louco furioso, pecador, comilão, beberrão, criminoso, conspirador, tumultuador, sectário, perturbador da ordem estabelecida, sedicioso e traidor de sua nação, foi excomungado pela sinagoga, torturado e morto na cruz, tudo porque cumpria a divina missão, que lhe foi dada pelo Pai, de proclamar ao mundo e comunicar aos homens a maior e mais bela de todas as verdades.
            O bispo Marcião de Sinope (85-165), também acusado de mentira, blasfêmia e heresia, foi excomungado pela Igreja Romana, no ano de 144, por ter tido a iluminação profética dos males que causaria à humanidade a intromissão do judaísmo na alma e no coração da nascente Igreja Cristã, transformando-a numa seita judaica, cheia de justiça, ira e castigo, conspurcando, assim, a pureza da Esposa Celestial do Messias Prometido, mensageira de paz, amor e perdão. Marcião propunha, nada mais nada menos, o que determina clara e expressamente o Evangelho da Nova Aliança, uma Igreja puramente cristã, expurgada de toda a carnal carga de negatividade contida na tradição judaica e nos escritos do Velho Testamento (VT). Aos cristãos cumpria abandonar a leitura troncha da Divindade feita pelos judeus e se apegar exclusivamente à revelação do Espírito de Amor, Perdão e Misericórdia personificado em Cristo Jesus, o Cordeiro dos Céus, o Príncipe da Paz.   
            Equivocam-se os críticos e biógrafos de Marcião quando afirmam que esse, que é considerado o primeiro protestante da história da Igreja, incorreu no maniqueísmo politeísta de afirmar a existência de um Deus mau dos judeus contra um Deus bom dos cristãos. Não: só existe um e mesmo Espírito e Pai Criador, que, sendo por definição, infinito e eterno, é inteiramente inalcançável e incognoscível por nós seres humanos, que vivemos na finitude de um mundo material, opaco e limitado.  O que muda, e muitas vezes se contradizem, são as leituras, as concepções, que d'Ele os homens fazem ao longo da história. O Espírito se revela (epifanias) e se manifesta (teofanias) de inúmeras formas. Cabe aos homens, pela intuição lógica, pelo verbo e pela razão que o Pai lhes concedeu, apreender, reconhecer e interpretar essas revelações, que lhes permitem, por inferência, criar em sua mente e coração uma imagem, um conceito, uma leitura da Divindade, que, apesar de finito e imperfeito, proporciona-lhe, para seu consolo, uma aproximação cada vez maior da infinita perfeição do Espírito Divino. O que portanto Marcião afirmou, com muita propriedade, foi a indiscutível verdade de que a leitura da Divindade feita pelos judeus, (a que eles deram o nome de Javé, Jeovah, Deus, Adonai, entre outros) é inteiramente contrária e oposta à auto-leitura feita pelo próprio Espírito na pessoa do seu filho Jesus. São inúmeros e incontestáveis os argumentos tanto de ordem lógica quanto de ordem histórica e escritural, que apóiam essa afirmação. Mas só em estudos mais extensivos, e não nesse sucinto esboço, poderemos elencá-los e desenvolvê-los.
            Da mesma forma, a Lei, dada aos homens pelo Santo Espírito, é tão infinita e eterna quanto o seu próprio Autor, e por isso, dela nem um til nem uma cedilha será removido até o final dos tempos, como afirmou Jesus. Contudo, a trágica e desastrosa leitura justiceira, racista, irada e vingativa da lei mosaica feita pelos judeus não tem nada a ver com a leitura presidida pelo amor, pelo perdão e pela misericórdia concebida por Jesus. A Lei é a mesma, mas as leituras são totalmente diferentes, senão contrárias e conflitantes. Por isso Ele disse, "Eu não vim revogar a Lei, eu vim completá-la". Ou seja, Jesus trouxe o que faltou para que os judeus fizessem a leitura correta e completa da Lei: o amor incondicional e absoluto que nada julga e tudo perdoa, o Amor do Cordeiro que tirou os pecados do mundo, nos introduziu na graça e nos libertou da Lei.
             Em Jerusalém, enquanto confrontou-se com o judaísmo, em seus primeiros anos, a Igreja cresceu estrondosamente. Tivesse sido mantido aquele ritmo e, com certeza, todos os habitantes da terra já seriam cristãos e estariam gozando a paz e as bem-aventuranças do Reino dos Céus. Os judeus daquela época, apavorados com e extinção da religião que dava suporte ideológico, patrimonial e financeiro ao seu povo como nação, partiram para todos os tipos de agressão, desde a prisão e o apedrejamento dos santos, até as conspirações e manobras caluniosas assacadas contra os discípulos e apóstolos que pregavam as Boas Novas da Nova Aliança. A Igreja, apesar da encarniçada perseguição dos judeus, fortalecia-se cada vez mais, conquistando corações e mentes não só entre os próprios judeus, mas também entre gregos e gentios, revelando, desde já, o caráter absolutamente universal de sua divina missão. E o que se pregava - isto está bem claro nas cartas e atos dos apóstolos - era o Evangelho, a mais verdadeira Palavra do Pai que eventualmente era referenciado às escrituras do VT, mas apenas quando se tratava de convencer os judeus de que Jesus era o Messias de que falavam os profetas. O Evangelho era apresentado como a única, exclusiva e suficiente regra de vida e salvação. Nada deveria ser-lhe acrescentado.
            Quando a Igreja transferiu-se para Roma, passou a ser perseguida também pelo paganismo politeísta dos poderosos do Império, perseguição que se estendia também aos muitos judeus que ali residiam. Como as dores da perseguição eram comuns, passou-se do confronto a um certo entendimento entre cristãos e judeus, à guisa de amparo mútuo frente à tirania dos césares. Os judeus aproveitaram sem demora a situação para por em prática aquela velha estratégia do "se não podes destruir o teu inimigo, alia-te a ele contra um terceiro, para depois destruí-lo por dentro". Com certeza, entre as muitas conversões sinceras de judeus ao cristianismo, houve também outras tantas falsas e dissimuladas, com o único intuito de se infiltrar na estrutura doutrinária e direcional da Igreja, a fim de transformá-la numa simples seita auxiliar do judaísmo.
            Foi aí onde e quando começou a se consolidar o absurdo dogma da continuidade entre o velho (VT) e o Novo Testamento (NT), que transforma a Igreja de Cristo, até hoje, num simples desdobramento do judaísmo, que Jesus tanto combateu, e pelo qual foi combatido até a morte na cruz. A Igreja Católica Romana, então em formação, incorporou ao seu rito e à sua doutrina, usos e costumes, todo o espírito e todas as práticas das tradições judaicas: o sacerdotismo, a ostentosa indumentária ritual, o falancterismo, o templismo, o ritualismo, o liturgismo, o festismo, o literalismo dogmático, a leitura irada e justiceira da Lei, a violência, o ódio e a guerra aos inimigos. O culto racional, espiritual e intimista da fé foi empanado pela interposição de fatores materiais simbólicos, tão caros à religiosidade exibicionista dos judeus: templos imponentes, altares, sacrários (sucedâneos da mosaica arca da aliança), candelabros (menorás), turíbulos (queimadores de incenso), sinos, matracas, entre muitos outros. A maior parte destes, quinze séculos depois, foi abolida pela luminosa Reforma Protestante, que, entretanto, aceitou e deu prosseguimento ao dogma da continuidade entre a antiga e a nova aliança, justamente o fator que mais prejudica a marcha gloriosa da Igreja de Cristo.
            Hoje, vinte séculos depois de sua fundação, a Igreja de Cristo ainda claudica sob a pesada carga de judaísmo que lhe foi imposta pela Igreja Romana. O dogma da continuidade entre a Velha e a Nova Aliança tornou-se uma rocha impenetrável e  inamovível, onipresente em todas as correntes, seitas e denominações da Cristandade. Seus efeitos daninhos e deletérios são visíveis em todo o histórico elenco de inquisições, julgamentos, excomunhões, torturas, mortes, guerras, perseguições e divisionismos cometidos, não pela santa e espiritual Igreja de Cristo, mas por uma igreja que se tornou carnal e terrena, sob a influência do judaísmo, que a tomou de assalto e nela se instalou desde os primeiros séculos de nossa era. Há dois milênios, o cristianismo geme e sucumbe, enredado nesta contradição de servir a dois senhores que seguem caminhos divergentes e discordantes; de, à força do dogma e da tradição, querer conciliar o inconciliável, viver ao mesmo tempo em mundos opostos. É tempo de os cristãos retomarem a pureza dos primeiros tempos de Jerusalém; de perceberem que este erro milenar de promiscuidade com o judaísmo peia e estorva a gloriosa caminhada da Esposa Celestial; de reconhecer que a voz de Marcião tinha o respaldo da luz divina e era de pura obediência ao Evangelho de Cristo; de retomar os princípios básicos das teses marcionitas e desenvolvê-las em novo patamar, promovendo a ressurreição do verdadeiro cristianismo.
            Aos que se perguntam se é possível dizer que, durante todo esse tempo, todos estiveram e continuam errados ou enganados, respondemos: não é a primeira vez que toda a humanidade, só depois de milênios, corrigiu erros no fundamento de seus conhecimentos, de suas ações e de sua fé. Desde que o mundo foi criado até a Revolução Copernicana, no Século XVI, toda a humanidade estava errada ao acreditar que a terra era fixa e que todos os astros, inclusive o sol, girava em torno dela. Esta convicção, baseada literalmente na percepção dos sentidos, era tão forte, que se transformou num dogma, com suposto respaldo bíblico, por conta do qual muitos foram queimados vivos nas fogueiras da “santa” inquisição. Desde vários séculos antes de Cristo, os sábios pré-socráticos desenvolveram a teoria, sistematizada por Aristóteles e acreditada por todos, de que os elementos primordiais formadores da natureza eram a terra, o fogo, a água e o ar. Quem nisso não acreditasse seria considerado alienado mental. Somente no século XIX é que se descobriu que os elementos primordiais não eram esses e sim os átomos, cujo número excede os oitenta. Durante milênios, acreditou-se que os homens eram desiguais porque nasciam desiguais. Só o Iluminismo e a Revolução Francesa, veio confirmar o princípio cristão de que todos os homens nascem e permanecem iguais perante os céus e perante a lei. Durante séculos e milênios, os judeus acreditaram numa concepção equivocada do Pai Celestial, feita à imagem e semelhança de seus instintos carnais. Foi necessário que o Verbo Divino descesse do céu e se fizesse carne para se mostrar a eles e ao resto do mundo em sua  verdadeira essência na pessoa de Cristo Jesus. Mesmo assim, até hoje, um grande remanescente de israelitas de dura cerviz e de cristãos equivocados, permanecem nas malhas tenebrosas deste erro secular. É hora de voltarmos à fé arrebatadora dos primeiros discípulos e restaurarmos a pureza impetuosa dos primeiros anos do Corpo de Cristo a que pertencemos. 
           

terça-feira, 24 de agosto de 2010

MINISTÉRIO SÓ JESUS - INTRODUÇÃO

MINISTÉRIO SÓ JESUS
(MSJ)

Editor atual: Iremar Bronzeado

Contato: contatosojesus@gmail.com

O QUE SOMOS

O Ministério Só Jesus (MSJ), (também pode ser chamado de Ministério da Conversão Exclusiva ao Evangelho, ou Ministério do Cristo Cósmico), é um movimento global de evangelização que se propõe lutar pela unidade da Igreja do Senhor Jesus, através da conversão exclusiva ao Seu Evangelho no seio da grande pluralidade de igrejas, congregações, seitas e denominações que hoje constitui a Cristandade.

O QUE NÃO SOMOS

Não somos, nem jamais seremos uma “igreja”, uma denominação. Nossa ação ministerial deve ser desenvolvida no seio da Cristandade, vista como o conjunto de todas as igrejas, congregações, seitas e denominações, que, de uma forma ou de outra professam a fé no Senhor Jesus Cristo. Longe de nós a incoerência de, enquanto buscamos a unidade, acrescentar mais uma às inumeráveis divergências doutrinárias em que os homens transformaram o rebanho que devia ser único e de um só pastor. E assim era, em seus primeiros anos, a Igreja do Senhor Jesus, e por isso, naqueles tempos, crescia explosiva e assustadoramente, a ponto de provocar a invejosa fúria dos judeus, que não aceitavam o fim do privilégio de ser o "povo escolhido", e temiam a perda do status de nação, no contexto do Império Romano. Nosso objetivo tampouco é o de eliminar as denominações. Cada cristão, individualmente ou em grupo, tem o direito de ter sua forma particular de intuir, sentir, interpretar, imaginar, conceituar a Divindade e com Ela relacionar-se, embora tenha também o dever de, dentro desta inevitável diversidade, procurar a necessária unidade da fé cristã ordenada por Jesus. O que pretendemos é propagar no seio delas (as denominações) a conversão exclusiva ao Evangelho do Senhor Jesus e convencer nossos irmãos em Cristo que esta conversão é o único caminho capaz de nos conduzir à unidade de um só rebanho e um só pastor, conforme o modelo determinado por Cristo para sua Igreja. O grande significado da vinda do Messias Cósmico é a união de todos os povos, países e línguas pelos laços do amor, da graça e da misericórdia. Temos, contudo, a convicção que tal unidade só poderá ser alcançada na medida em que houver a conversão exclusiva ao Evangelho, com o conseqüente e gradativo distanciamento de doutrinas, dogmas e teologias demasiadamente carnais, acrescentadas pelos homens ás Palavras de Jesus. Só esta conversão e esta unidade reavivará na Igreja de Cristo o ardor, a determinação e a expansão acelerada dos primeiros anos de sua existência. Nosso desejo é incentivar esta conversão dentro de cada denominação, na certeza de que, na medida em que ela acontecer, o Santo Espírito dispensará grandes transformações na mente e no coração dos fieis, que os farão convergir para a unidade de comando do Único Pastor, Santo, Verdadeiro, Universal, o Messias Prometido a todos os povos, crenças e religiões do universo, o doce e manso Rabi da Galileia.
Não somos reformadores, juízes ou profetas. Temos, contudo, a certeza de que a humanidade só se salvará da barbárie e da auto-destruição se aprender a andar pelos caminhos do Evangelho de Cristo, que é a verdade, a luz, a vida e a salvação de todos os homens. Só com a prática do amor incondicional e absoluto ensinado por Jesus, os homens poderão construir um mundo de paz, felicidade e esperança. Sem contar com a promessa de uma vida futura em comunhão com o Espírito Cósmico, infinito e eterno, criador e mantenedor de todas as coisas, onde a nossa alegria e regozijo serão incomparavelmente superiores às maiores e melhores que possamos experimentar em nossa vida sobre o planeta terra.


         QUEM SOMOS

Somos fieis e humildes discípulos de Jesus, que a Ele, e só a Ele dedicamos todo o nosso amor, nosso coração, nossa alma, nosso entendimento e todas as nossas forças. E foi, com certeza, por esse amor exclusivo e irrestrito que o Santo Espírito Conselheiro e Consolador enviado por Jesus abriu os nossos olhos, nosso entendimento e nossos corações para ver e compreender os estorvos e pedras de tropeço que retardam a marcha gloriosa da Igreja de Cristo em direção ao estabelecimento do Seu reino sobre toda a terra e a prevalência de Sua paz entre todos os homens. A Ele pedimos, e d'Ele esperamos, boca, sabedoria, pena, argumento, humildade, mansidão, ousadia e intrepidez para exercer e fazer crescer entre todos os irmãos do universo o mandato deste Ministério da Conversão Exclusiva ao Evangelho do Senhor Jesus, dado a nós pela graça do Espírito Santo e que acreditamos ser o melhor caminho para promover a necessária unidade de sua Igreja, no seio da rica diversidade em que se transformou, ao longo dos séculos, a Cristandade.

         O QUE ALMEJAMOS SER

         Oramos e suplicamos ao Senhor Jesus que faça de nós vasos receptores e refletores  da verdade e da luz que d’Ele emanam. Pedimos que Ele nos proteja e nos ajude a sermos, à sua imagem e semelhança, mansos, humildes e modestos de coração, e, ao mesmo tempo nos dê boca e sabedoria para proclamar ao mundo e comunicar aos homens as verdades e os conhecimentos que o Conselheiro e Consolador por Ele prometido coloque em nosso entendimento e em nossos corações. Nada somos, mas Ele é tudo em nós; nada podemos, mas, em nós, Ele tudo pode. Enfim, como discípulos e servos do Senhor Jesus, queremos apenas servir como  instrumentos para a expansão e prevalência do Seu reino sobre a terra e a predominância de Sua paz entre todos os homens que nela vivem. A Ele damos graças por esse privilégio.

         COMO NASCEU

Nossa passagem por várias denominações evangélicas, bem como, quando de nossa primeira iniciação religiosa dentro da Igreja Romana, fez-nos observar que as doutrinas, os ritos e pregações de todas elas, se afastam, em maior ou menor medida, da clara exigência de Jesus, no sentido de que seus apóstolos e discípulos deviam se devotar total e exclusivamente ao conhecimento, à prática e à pregação do seu Evangelho, e só do Evangelho, sem nada a ele acrescentar. Mandato repetido e reforçado em várias passagens dos Atos e Cartas dos Apóstolos (p.e. ...). O afastamento do Evangelho leva evidentemente ao afastamento do próprio Cristo e de seus luminosos e vivificantes caminhos. Assistimos a cultos evangélicos em que o nome de Jesus não foi mencionado uma só vez. Falou-se de Josias, Elias e Jeremias, falou-se do Gênesis e dos Salmos de Davi, mas nenhuma palavra do Evangelho de Jesus foi citada. Há igrejas em que oitenta a noventa por cento do tempo a dos seus cultos de adoração, escolas dominicais e cultos de doutrina são dedicados ao Antigo Testamento (AT) e ao seu apêndice, o Apocalipse, sobrando pouco tempo e pouca atenção para Jesus. Em todas as denominações cristãs, inclusive as católicas, as orações são dirigidas a Deus, a denominação dada à Divindade pela tradição judaica, que denota e simboliza um “Deus” guerreiro, todo poderoso, irado e implacavelmente justiceiro e vingativo. Exalta-se o seu poder, sua glória, sua justiça, sua vingança, seu ódio (sic) ao pecado, fazem-se os pedidos e súplicas da comunidade, e nada se fala do poder da humildade, da servidão, do perdão e do amor incondicional e absoluto de Jesus, que entra na oração já no finzinho, sob a consagrada fórmula "É o que te pedimos em nome do teu filho Jesus". Ou seja, em vez de nos dirigirmos a Jesus, expressão viva e perfeita da Divindade sobre a terra, e também nos céus infinitos, para  onde subiu ressuscitado, nossa fonte única de vida e salvação, fazemos uma oração dirigida quase que exclusivamente à concepção troncha e imperfeita desta mesma Divindade contida no AT, uma oração que também poderia ser pronunciada, com exceção da última linha, em qualquer sinagoga ou comunidade judaica. Ou nós, cristãos, não devemos nos diferenciar dos judeus, que perseguiram Jesus e os seus seguidores até a morte?
Esta pergunta deu origem a muitas outras indagações, tais como: 1. Devemos nos submeter ao dogma da continuidade entre o Velho e o Novo Testamentos, estabelecido pela carnalidade judaica da Igreja Romana? 2. Não é a doutrina do NT diametralmente oposta à do VT? 3. Por que devemos aceitar a inclusão do VT e do Apocalipse no chamado cânon cristão, estabelecido arbitrariamente pelos homens da nascente igreja romana? 4. Não foi pelo fato de a Igreja de Cristo ter se oposto frontalmente ao judaísmo, que a fez crescer tão rápida e explosivamente em seus primeiros anos? 5. Não podemos atribuir o arrefecimento e constante perda de velocidade de expansão da Igreja à sua crescente reconciliação e conseqüente vinculação com o judaísmo, que nela se imiscuiu sorrateiramente logo nos primeiros séculos de sua existência? 6. Não está na hora de re-analisarmos as teses e as concepções de Marcião de Sinope, excomungado pela Igreja Romana, em 144 de nossa era, porque, tendo pressentido a desfiguração da Boa Nova pelo ultrapassado legalismo do VT, propunha a depuração da Igreja de Cristo de todo o judaísmo então reinante e invasivo? (v. o artigo “Marcião, o Iluminado”, no respectivo link).  A história sempre termina por nos convencer que hereges e excomungados sempre estão com a verdade. E mesmo que não estivessem, teriam o mérito de se insurgir contra dogmas e costumes arbitrários, impostos pela tradição ou pela força arbitrária de potentados sacerdotais, com suas literais “verdades absolutas”, usurpadas das verdadeiras Verdades Absolutas, que jamais poderiam estar ao alcance de mentes humanamente finitas, limitadas e imperfeitas. O próprio Jesus foi excomungado e morto na cruz como rebelde, herege e blasfemador. 
Foi então que sentimos o chamado para a organização do Ministério Só Jesus, um ministério de caráter rigorosamente inter-denominacional, destinado a tentar dar respostas às indagações acima elencadas, e outras que, com certeza, surgirão no fururo, e conclamar os cristãos à conversão exclusiva ao Senhor Jesus e à sua palavra, que é a mais perfeita expressão do Espírito Infinito e Eterno e Nosso Pai Criador.
Nosso desejo é que este blogue seja menos um espaço magisterial e doutrinário do que um fórum onde os cristãos possam, através da discussão livre e participativa, se libertar dos dogmas e das tradições que possam estar entravando a marcha gloriosa do rebanho de Cristo. Sabemos que esse é o primeiro e modesto passo de uma longa peregrinação. Mas, como disse o filósofo-profeta Lao Tsé, “Esta árvore que enche os teus braços nasceu de um germe minúsculo. / Esta torre com seus nove andares provém de torrões amontoados. / A viagem de mil léguas começa por um só passo”.
Nenhum mérito atribuímos a nós mesmos, senão ao “Consolador, o Espírito Santo, o Espírito da Verdade, enviado pelo Pai em nome de Jesus, para nos ensinar todas essas coisas e nos fazer lembrar tudo o que Ele nos disse” (Jo.14: 16 e 26)

         COMO PARTICIPAR DESTE BLOGUE

         Perguntas, objeções, tentativas de refutação, comentários, análises, artigos e indicações de livros e leituras, pró ou contra, pertinentes aos temas em debate serão sempre bem-vindos. As verdades mais próximas da inalcançável Verdade Verdadeira são aquelas abertas à discussão e ao diálogo. Quando cessam a discussão e a polêmica, cai-se na ilusão da “verdade absoluta”, na rigidez do dogma imposto por uma pretensa autoridade superior, lama fátua que endurece e fossiliza a mente, a inteligência, o coração e a fé. Nosso imutável modelo, o manso e modesto Jesus de Nazaré, apesar de ser Ele mesmo A VERDADE e a autoridade suprema, nunca impôs sua palavra como um dogma absoluto. O que Ele mais fez foi tentar convencer, argumentando, discutindo e polemizando com os que se opunham à autoridade de sua divina mensagem. Jesus nunca jogou verdades prontas, acabadas e indiscutíveis sobre os seus discípulos, apesar de ser conhecedor de toda a Verdade como partícipe do Espírito Eterno que o enviou. Nunca usou de Sua autoridade suprema para estabelecer dogmas ou leis eternas e absolutas diante dos homens. Pelo contrário, em toda Sua peregrinação humana, o que Ele mais refutou e combateu foram os dogmas e as tradições milenarmente estabelecidas, como a nos dizer que a Verdade revelada tem que ser também uma verdade buscada pela oração, pela lógica, pela razão e pela experiência, para que assim os homens possam valorizá-la cada vez mais na escalada gloriosa da montanha, em cujo topo está a luz resplandecente da Verdade Eterna e Absoluta. Do começo ao fim, o discurso de Jesus é um poema de espantosa  perfeição, a mais bela poesia de todos os tempos, cheio de metáforas, metonímias, hipérboles, alegorias, figurações, parábolas e mitos, como a nos dizer que a Verdade está sempre escondida por trás das palavras, e que, para d’Ela nos aproximarmos é preciso buscar a essência que está por trás das coisas faladas ou escritas. É também um alerta para que, em nossa busca sempiterna da Verdade, não caiamos no maniqueísmo  fundamentalista do preto no branco, legal ou ilegal, culpado ou inocente, anjo ou demônio, bem ou mal, bom ou mau, judeu ou gentio, santo ou pecador, que caracterizava o paradigma legalista da culpabilidade, do julgamento e da ira, inerente ao padrão de cultura da Antiga Aliança. Jesus é o bem supremo que triunfa sobre o maniqueísmo da luta entre o bem e do mal. Não há mais a contraposição entre bons e maus, justos e injustos, amigos e inimigos, uma vez que “devemos amar nossos inimigos e bendizer os que nos aborrecem, para que nos tornemos filhos do nosso Pai Celestial, que faz nascer o seu sol sobre maus e bons e faz cair sua chuva sobre justos e injustos” (Mt.5:44-45).



sábado, 21 de agosto de 2010

PERGUNTAS MAIS FREQUENTES


         1 . Quer dizer que o que está escrito no Velho Testamento não é a Palavra de Deus?
            Só podemos falar da Palavra do Pai Eterno com muita reverência e humildade, pois Ela é o próprio Pai (Jo.1:1). A Palavra, o Verbo, é, portanto, para nós, tão inalcançável e incognoscível quanto Ele, pois como iria a nossa mente, limitada à trôpega compreensão deste mundo finito, opaco e corruptível, alcançar e compreender a dimensão dos céus infinitos, onde mora o Espírito Eterno? Podemos, contudo, d'Ela nos aproximar através das revelações concedidas à mente e ao coração de homens, que somente no-las podem transmitir através da linguagem humana, que é, contudo, em todas as suas modalidades de manifestação, irremediavelmente carregada de errâncias e ambigüidades. Por isso, para empreendermos essa aproximação é imprescindível a análise e interpretação da linguagem, a hermenêutica, e, sobretudo, a oração e a meditação transcendental voltada ao que nos está sendo revelado. A mais fidedigna e verdadeira revelação da Palavra foi aquela feita pelo próprio Espírito, em pessoa, pela boca do seu filho Jesus. Mesmo assim, o que d'Ela chegou até nós não foi por meio do som das palavras pronunciadas pelos lábios de Jesus (Ah que bem-aventurados os que as ouviram!), e sim através das palavras escritas pelos seus discípulos, com todas as lacunas e errâncias, comuns a quem escreve de memória, depois de algum tempo de os fatos terem acontecido; a estas acrescente-se ainda o inevitável e pernicioso viés da cultura judaica em que foram nascidos e criados os seus escritores. Os profetas do VT foram, com certeza, divinamente iluminados, quando expressaram as palavras que o Espírito revelou ao seu entendimento, da mesma forma como hoje sentimos a Sua presença em nós, e ouvimo-Lo, quando oramos com fé, comoção e enternecimento. Não é raro pastores começarem suas pregações dizendo: "Hoje o Senhor falou comigo e ordenou ao meu coração que eu meditasse com vocês sobre esta ou aquela passagem do Santo Evangelho do Senhor Jesus". Contudo, ninguém, nem os profetas, nem nós, nem os reverendos pastores, tivemos a glória de ver os lábios do Senhor a pronunciar as palavras que d'Ele "ouvimos". Só os discípulos de Jesus, os que por Ele foram pessoalmente convocados, tiveram a suprema bem-aventurança de ver com os olhos e ouvir com os ouvidos as eternas palavras do Eterno Pai, saídas dos lábios do próprio Espírito encarnado, que, graças aos evangelistas que as escreveram, chegaram até nós, para que tivéssemos vida e vida em abundância. São essas palavras do Evangelho as que mais nos aproximam do verdadeiro Verbo Divino. Elas são as únicas a que os cristãos devem dar todo o crédito, e estudá-las, interpretá-las e sobretudo praticá-las. Essa é a condição básica e necessária para nossa salvação.

            2. O que fazer, então, com o Velho Testamento? Vamos esquecê-lo, queimá-lo, jogá-lo no lixo?

            A bíblia judaica, o Velho Testamento, escrita por mãos de homens carnais, embora inspirados por sua particular concepção do Espírito Eterno, perdeu toda a sua eficácia  doutrinária frente à revelação do próprio Verbo Divino, encarnado na pessoa de Jesus Cristo. Para o cristão, não há outra regra de vida e salvação senão o Evangelho do Senhor Jesus; e nada a ele deve ser acrescentado, sobretudo os ultrapassados e destituídos escritos do VT (Hb.8:13). As escrituras judaicas, apesar do acerto de seu testemunho profético em relação à vinda do Messias Prometido, passam a ter, com a chegada d'Este, um caráter meramente histórico e devem ser colocadas na estante junto às escrituras das outras religiões anteriores à instituição da Nova Aliança, tais como, o Induísmo, o Brahmanismo, o Budismo, o Taoísmo etc, inclusive o Corão da religião mulçumana, que, apesar de ter sido escrito sete séculos depois de Cristo, deve, por conta de sua estrutura doutrinária, ser considerado, da mesma forma que o Apocalipse, como pertencente ao círculo da velha convenção, e, portanto destituído por Cristo, junto com as outras, de todo valor ritual e doutrinário. Esses escritos sagrados podem servir apenas ao conhecimento de quem busca erudição histórica e teológica, podendo eventualmente facilitar a tarefa de evangelização dos discípulos de Jesus junto aos seguidores destas tradições. Aliás, algumas delas, como por exemplo, o Tao Te King, muito nos podem ajudar a compreender os atributos essenciais do  Espírito Eterno, tendo ainda a particularidade de se assemelhar muito mais à doutrina cristã do que o VT judaico, que, com exceção de algumas passagens ética e literariamente admiráveis, não passa de uma sucessão de traições, vinganças, racismo, etnocentrismo, ódio aos inimigos, mortes, assassinatos, guerras de conquista, saques, genocídios, terror e até antropofagia. A única utilidade que se pode admitir na leitura das escrituras judaicas é negativa, ou seja, o cristão poderá encontrar ali tudo que ele não deve fazer em sua vida de santificação cristã. O Evangelho do Senhor Jesus torna obsoleto tudo o que antes dele foi escrito sobre a Divindade e sobre as relações do homem com Ela. O Evangelho nos basta, e, para alcançarmos e praticarmos as verdades, mistérios e profundezas infinitas nele contidas, é pouco a dedicação exclusiva de toda uma vida. Podemos dizer com os versos introdutórios dos Lusíadas, de Camões: “Cesse tudo o que a musa antiga canta / que outro valor mais alto se alevanta”; ou com a abertura da Ode à Alegria de Schiller/Beethoven, no Coral da Nona Sinfonia (tradução livre): “Ó amigos, não mais estes cantos. / Entoemos canções mais agradáveis / que façam transbordar de alegria os nossos corações.”

            3.  Contudo, o Velho Testamento foi a preparação prenunciadora da vinda do Messias. Sem ele, não se pode compreender o significado do Cristo e do seu Evangelho. Comprova-o as citações a ele reportadas  por Jesus e pelos apóstolos.

            Metaforizando, podemos dizer que, nesse caso, o VT teria funcionado como a linha de montagem de uma fábrica que projetou e fabricou o produto final, que seria  Jesus. Tudo bem! Só que, o que importa para as pessoas é o produto final e acabado, e não as linhas de montagem. Por exemplo, para ver, conhecer e constatar a potência, o conforto e a segurança de um veículo (carro ou avião), ninguém precisa se cansar, se sujar todo de graxa e ficar atônito com as complicadas engrenagens da linha de montagem que o produziu. Muitos dos felizes proprietários nem sabem o que vem a ser essa tal linha de montagem. A única coisa que a elas interessa é sentir e gozar a utilidade, o conforto e a segurança que o veículo lhes proporciona. Também não há nenhuma necessidade de se voltar à linha de montagem para aprender a usá-lo ou dirigi-lo. Da mesma forma, para sermos cristãos não há nenhuma necessidade de conhecermos a genealogia e as peripécias vividas pelos antepassados de Jesus. Fazer isto é o mesmo que exigir atestado de antecedentes antes de acreditar e agradecer a uma pessoa, que, por pura compaixão, amor gratuito e infinita generosidade, tivesse sacrificado sua própria vida para nos salvar da morte. Ou seja, pode-se conceber um perfeito e santo cristão sem que o mesmo tenha sequer ouvido falar na existência do Velho Testamento.
            Há um ditado popular que diz: “A cavalo dado não se abre a boca”. A saber, séria uma séria desfeita ao doador, abrir-se a boca do cavalo, à sua frente, para saber, pelo estado de sua dentição, a idade a saúde do animal presenteado. Constitui também uma grave ofensa ao Pai Eterno, condicionar a crença total no Seu Filho, que nos foi dado gratuitamente em sacrifício para nossa salvação, ao conhecimento de seus antecedentes.
            Quanto às citações ao VT contidas nos Evangelhos, Atos e Cartas, foram quase todas feitas, não como base e fundamento para a edificação da santidade cristã, mas como argumento para convencer os judeus de dura cerviz, que Jesus era o Cristo, o Messias da Salvação, anunciado pelos oráculos de seus próprios profetas.
           

4. Que atitude devemos tomar em relação aos judeus? Devemos desprezá-los, odiá-los ou apreciá-los e amá-los?

            Devemos nos relacionar com os judeus da mesma forma como Jesus se relacionou:  amá-los como a nós mesmos, da mesma forma como devemos amar qualquer outro ser humano, mesmo que eles nos rejeitem como rejeitaram a Cristo. Aliás, com Jesus, termina a missão de Israel como “povo escolhido”, encarregado de anunciar e preparar a vinda do Messias Prometido. Para os cristãos não deve haver mais diferença entre judeus, gregos, gentios, budistas, hinduístas, taoístas, xamanistas, masdeístas ou muçulmanos. Com Cristo, todos os povos e criaturas do mundo são irmãos e iguais e formam um só povo, o novo “povo escolhido”, destinados a entrar unidos e irmanados no reino do Pai Eterno. Não há mais acepção de pessoas. Não há mais acepção de raça, cor, língua ou nação.  Não devemos, portanto, julgar nem condenar nossos irmãos judeus. Devemos perdoá-los, assim como Jesus os perdoou, mesmo tendo sido pregado por eles na cruz. Tanto judeus como muçulmanos, budistas, hinduístas, ateus e descrentes de todos os cantos do universo devem fazer parte do mesmo campo missionário onde devemos, em obediência à ordem divina, pregar o Evangelho de Jesus, pois assim Ele disse aos seus discípulos: "Ide e pregai o EVANGELHO a toda criatura, em todas as nações, desde Samaria até os confins da terra".

            5.  Quer dizer que os judeus são nossos inimigos?

            De forma alguma. Um verdadeiro cristão ama os que se dizem ou se fazem seus inimigos. Ora, quando você ama  os inimigos, não há mais como dizer que eles, os inimigos amados, sejam seus inimigos, pois você os acolhe com o mesmo amor com que você recebe os que você considera como seus amigos. Jesus nos ensina a sermos perfeitos como perfeito é nosso Pai Celestial: “Eu porém vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem, para que vos torneis filhos do vosso Pai que está nos céus, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e deixa cair a chuva sobre justos e injustos (Mt.5:44-45).

            6. Mas Jesus diz, em Mateus 5:17, que não veio revogar nem mudar a Lei, mas cumpri-la!

            A Lei que o Pai Eterno revelou aos homens realmente não muda porque ela é tão eterna como o próprio Pai Criador o é. Jesus não cometeria, pois, o absurdo de querer revogar ou mudar o que tem o selo da eternidade. A Lei não muda, é verdade, mas mudam as concepções, as interpretações, as leituras que os homens fazem da Lei, a partir do contexto social em que ela se dá a conhecer, e a depender do paradigma cultural historicamente adotado. O melhor exemplo para elucidar a questão do paradigma foi dado já no Século XVI, pela chamada Revolução Copernicana. A lei que rege a posição e o movimento dos corpos celestes sempre foi e será a mesma: não muda com o tempo. Contudo, até Copérnico publicar, em 1543, a sua obra Da revolução dos mundos celestes, a leitura que dela se fazia tinha como paradigma a terra imóvel, como centro do universo, em torno da qual giravam todos os astros (geocentrismo). Esse paradigma, denominado de ptolomaico, por ter sido estabelecido, pela primeira vez, pelo astrônomo grego Cláudio Ptolomeu (90-168 d.C.), embora tenha permitido algumas descobertas importantes, como a previsão de eclipses, os equinócios e as estações do ano, limitou dramaticamente, durante mil e quinhentos anos, o conhecimento dos astrônomos, que, com a passagem para o paradigma copernicano da terra móvel, girando em torno de si mesma e, como todos os outros astros do sistema, em torno do sol (heliocentrismo), tornou-se praticamente ilimitado. Ou seja, a Lei que rege o universo das estrelas é a mesma, mas as leituras feitas a partir de diferentes paradigmas permitiram visões da mesma lei e do mundo totalmente diferentes, senão contraditórias ou mesmo opostas. Copérnico, então, poderia dizer: "Assim como Jesus não veio revogar nem mudar a Lei do Pai Eterno e sim completá-la, eu também não vim revogar ou mudar a Lei que rege os corpos celestes, e sim completá-la, a fim de revelar aos homens o que estava oculto desde o começo do mundo, e permitir o pleno conhecimento da verdadeira dimensão do universo estelar". Semelhantemente podemos dizer que a leitura judaica da Lei do Pai Eterno era drasticamente limitada pelo estreito paradigma literal e fundamentalista da Antiga Aliança, que só permitia ver na Lei: o pecado, a justiça, a condenação, a ira e a morte, enquanto que o paradigma liberal e anti-dogmático da Nova Aliança, permitiu uma leitura da mesma Lei como subproduto do amor, do perdão, da compaixão e da misericórdia, que ampliou ao infinito as possibilidades da  vida humana, erigindo o próprio ser humano como templo e morada do Altíssimo, proporcionando-lhe liberdade e vitória sobre a morte, e trazendo-lhe vida, e vida em abundância na eternidade do Reino dos Céus. A Lei não está mais lá fora, escrita em pedras, papiro ou papel, mas dentro de nós, escrita em nossos corações. Ou seja, a passagem daquele para este paradigma, deu lugar a visões de mundo opostas e mutuamente excludentes, entre a Velha Aliança judaica (correspondendo à limitada obscuridade da astronomia ptolomaica) e a Nova Aliança cristã (equivalente  à fantástica iluminação sapiencial do paradigma copernicano).
           
            7.  Tendo sido Jesus um circuncidado de linhagem judaica, desde Adão até seus pais (Lc.3:23-37), e, tendo cumprido com zelo todos os ritos e festas da religião mosaica, como se pode dizer que ele rejeitou o judaísmo?

            Jesus cumpriu os ritos judaicos porque, se assim não o fizesse, escandalizaria e afugentaria os judeus, a quem Ele queria preferencialmente conquistar para o âmbito de sua Nova Aliança. Como depois diria Paulo em I Cr.9:20: “Fiz-me como judeu para os judeus, para ganhar os judeus. Para os que estão debaixo da lei, como se estivesse debaixo da lei, para ganhar os que estão debaixo da lei.”  No episódio do batismo (Mt.3:13-15), quando João tentava dissuadir de que ele é que deveria ser batizado por Jesus, e não ao contrário, Este respondeu: “Deixa estar como está: por enquanto nos convém cumprir todas as exigências da tradição.” Se Jesus disse “por enquanto”,  é por que Ele sabia que, a partir de um certo um tempo, essas exigências deveriam ser extintas e não mais cumpridas.
Realmente, Jesus tem raízes judaicas, assim como a Igreja Reformada tem raízes na Igreja Romana, assim como a astronomia copernicana tem suas raízes na astronomia ptolomaica, assim como um automóvel tem suas raízes na linha de montagem (V. a resposta à pergunta 3.); mas, em todos esses casos, o que conta para  a vida e para o desenvolvimento do conhecimento, da sabedoria e da felicidade dos seres humanos são as árvores que cresceram quando a semente morreu, e não as raízes, que ficam sob a terra, na escuridão do esquecimento. É nas árvores que as aves do céu fazem seus ninhos e não em suas raízes. Para a vida do Espírito, Jesus é a maior de todas as árvores, e é nela, e não em suas raízes, que os cristãos devem se aninhar. Melhor então seria dizer que Israel foi a semente que continha em seu potencial a promessa do Messias da Salvação. Mas foi preciso que a semente morresse para que a árvore que nos leva ao céu crescesse e desse os frutos que alimentam a nossa fé. O sacrifício de Jesus na cruz bem simboliza a morte da semente que O potencializou, e sua ressurreição, o nascimento da Árvore Celestial, penhor e garantia de nossa salvação. Seria, então, pura insensatez, deixar o ar vivificador, puro e oxigenado que reina na folhagem da  Árvore da Vida, e ir para as raízes, ocultas na escuridão mortífera da terra; ou ir em busca da semente que não tem mais razão de existir, porque a razão de sua existência vingou, cresceu, floresceu, frutificou e venceu a morte. 


            8. Que devo fazer para participar do Ministério Só Jesus?

            Se você concorda com a tese central deste ministério, que consiste na conversão exclusiva a Jesus e ao seu Evangelho; se você tem a certeza de que o Evangelho de Jesus é a única e suficiente regra de vida e salvação a que os cristãos devem se apegar; se você percebe com clareza que a leitura da Lei e da Divindade contida no Evangelho do Senhor Jesus se contrapõe frontalmente à leitura da Lei e da Divindade feita pela tradição judaica; se você não aceita o dogma humano da continuidade linear entre o velho e o novo testamento; se você vê no cristianismo uma mudança de paradigma, em relação à lei mosaica, igual a que houve entre o geocentrismo ptolomaico e o heliocentrismo copernicano, em relação á lei imutável que rege os corpos celestes; se você crê firmemente que Jesus é o Espírito do Pai Eterno encarnado em forma humana, você está pronto para participar de nosso ministério e se transformar num verdadeiro cristão.
           
            A seguir sugerimos alguns princípios, conselhos e diretrizes para uma participativa iniciação ao Ministério Só Jesus:

            1. Antes de tudo, imite Jesus: procure ser manso, humilde e modesto de coração. Por terem dentro de si convicções judaizantes, dogmáticas e fundamentalistas, herdadas do culto ao Velho Testamento, muitos reagirão com desprezo, escárnio e mesmo violência à sua proposta de conversão exclusiva a Jesus e ao seu Evangelho. Poderão também acusá-lo de heresia, blasfêmia e até de conjuração satânica. Não se preocupe: os judeus fizeram muito pior com Jesus. Procure não reagir pagando com a mesma moeda. Dê de volta a moeda do amor, do perdão, da tolerância e da compreensão. Quem tem a convicção de estar com a Verdade nada teme, e mantém a calma, porque sabe que ela (a Verdade), mais cedo ou mais tarde, prevalecerá, e haverá de conquistar todos os corações por mais duros e insensíveis que alguns deles possam parecer. Com calma e serenidade, continue a defender com humildade, mansidão, ousadia e intrepidez o único e verdadeiro caminho da salvação, o Evangelho, e só o Evangelho, do Senhor Jesus.

            2.  Não pense em sair da comunidade cristã onde Você partilha com outros irmãos a Palavra, a oração, o pão e o vinho. Fuja da tentação de fundar outra igreja ou denominação sob os fundamentos do Ministério Só Jesus. Queremos unir e não dividir ainda mais. Nosso objetivo não é implantar novas igrejas ou criar novas denominações, mas chamar as já existentes à unidade, através da conversão exclusiva a Cristo Jesus e ao seu Evangelho, escoimando-as de toda influência judaica, advinda da inclusão do Velho Testamento no cânon cristão. O Ministério Só Jesus deve ser exercido dentro de cada uma das inumeráveis igrejas e denominações em que se pulverizou a cristandade, inclusive as católicas romanas e orientais. Nosso objetivo, nosso anseio, nossa esperança, é que um dia, nem que seja daqui a milênios, toda a humanidade esteja unida em um só rebanho, tangido e guiado por um só pastor o Pastor Único e Universal, que desceu do céu para recolher ao seu aprisco de amor e de esperança todas as ovelhas que se desgarraram da sua verdade e da sua luz unificadora.    
           
            3.  Se Você for pastor, padre católico, bispo, presbítero, diácono, espírita, pai de santo, ou simples membro ou discípulo de qualquer comunidade cristã, comece, desde já, a dar preferência ao Evangelho, atos e cartas dos apóstolos, em suas leituras, mensagens e pregações, afastando-se cada vez mais do VT e do Apocalipse. Contudo, para não escandalizar os fiéis, não é recomendável uma mudança brusca nos rumos doutrinários de sua congregação. O erro de milênios não pode ser corrigido em poucos anos. Você mesmo não experimentará de imediato uma conversão completa. Só com o tempo é que vai se convencer desta verdade e internalizá-la em seu coração. Conosco, foram cerca de vinte anos de observações, estudos, pesquisas, e intensa batalha espiritual para saber se a fonte dessas idéias que assaltavam a nossa mente era o Espírito Conselheiro e Consolador enviado pelo Senhor Jesus ou se eram provenientes de alguma potestade maligna disfarçada de anjo de luz. Só com muita fé, vigília e oração a batalha foi vencida, e, por fim, tivemos, não só a convicção e a certeza da correção de nosso pensamento, mas também o mandato espiritual de defendê-las aberta e publicamente. Não é do dia para a noite que se consegue desarraigar da mente e do coração dogmas e convicções que ali foram inculcadas desde o nosso nascimento físico ou espiritual. A leitura freqüente do Evangelho e a prática da oração dirigida exclusivamente a Jesus apressará, com certeza, essa conversão. Bom senso, precaução, perseverança e firmeza de propósitos são os melhores conselheiros nessa transição das sombras carnais da Bíblia judaica para a luz espiritual do Evangelho de Cristo. No futuro, esta tarefa será facilitada com a publicação de novos artigos e estudos mais aprofundados sobre a tese da conversão exclusiva a Cristo e ao seu Evangelho, bem como de exemplares do Novo Testamento contendo apenas o cânon verdadeiramente cristão, de onde serão excluídos o Velho Testamento e o Apocalipse. 

            4.  Faça o propósito de ler muitas, muitas, infinitas vezes, o Evangelho do Senhor Jesus, examinando, interpretando, raciocinando e meditando sobre cada versículo, cada passagem, cada parábola nele contidos. Aí você vai encontrar um número infinito de verdades, mistérios e profundezas de incomparável beleza, sublimes, arrebatadoras, diante das quais se amesquinham e se aniquilam aquelas contidas nas escrituras de todas as antigas religiões, sobretudo a judaica. Muito boa prática é adquirir o hábito de ler todos os dias, sem falta, pelo menos um capítulo do Evangelho, alternando, no outro dia, com um capítulo dos atos e cartas dos apóstolos. Começa-se com Mateus 1:1 e, passando por Marcos e Lucas, chega-se até o final de João, volta-se para Mateus, repetindo-se o círculo indefinidamente. Alternativamente, começa-se com Atos dos Apóstolos, caminha-se até o final de Judas e volta-se a Atos, repetindo indefinidamente o percurso. Isso, capítulo a capítulo, mas sem prejuízo de outras leituras mais completas e extensivas para estudo e meditação. O Evangelho é infinitamente mais rico em luz e verdade do que são, não só a Bíblia dos judeus, mas também todas as escrituras sagradas antes dele escritas.

            5.  Em suas leituras do Evangelho, preste atenção às passagens que apontam claramente para a superação e o rompimento com o VT e a antiga aliança. Elas são muitas, inúmeras, e só não as vê quem, obnubilado pelo dogma da continuidade VT-NT, fecha os olhos para a Verdade e despreza as palavras da salvação. Temos que parar com a danação de se continuar fazendo, hoje, com Jesus, o mesmo que os judeus fizeram com Ele e os seus discípulos na Jerusalém dos primeiros tempos da Igreja.

            6.  Se você, sob a acusação de heresia e blasfêmia, for suspenso ou expulso da sua congregação, diga-lhes que você apela para o Senhor Jesus, que é o Pastor Supremo de todas as comunidades cristãs, e continue a freqüentar todos os cultos e serviços como sempre o fez, mesmo que alguns virem o rosto e lhe neguem a palavra. Se, na Santa Ceia, lhe recusarem os elementos da eucaristia, traga de casa um pedacinho de pão e um frasquinho com vinho ou suco de uva, e ministre a si mesmo os elementos, como testemunho da Nova Aliança instituída pelo Senhor Jesus. Se, por causa de seu amor exclusivo a Cristo, quiserem usar da força para lhe arrastarem para fora do templo, faça como Jesus fazia, quando os judeus das sinagogas de Jerusalém o ameaçavam de apedrejamento e morte: fuja da violência, mas volte e insista na defesa da conversão exclusiva a Cristo e ao seu Evangelho, com o objetivo de desinfecçionar a comunidade cristã deste malígno judaísmo, advindo da devoção ao Velho Testamento e ao Apocalipse, que a desune e corrompe.

            7.  Aos poucos, vá se libertando do vocábulo Deus, designativo judaico para a Divindade Suprema, que carrega toda a conotação negativa de ira, justiça, condenação e fundamentalismo legalista, que lhe foi dada pela religião hebraica, e fale apenas de JESUS, que representa, enquanto Espírito da Nova Aliança, o amor incondicional e absoluto, o perdão, a misericórdia e a fé, penhores únicos e exclusivos de vida e salvação. Jesus é também a representação humana do Espírito Eterno e Pai Criador, ("Antes de Abraão, eu sou") que, com Ele são a mesma Pessoa. Se, por motivos didáticos ou circunstanciamento lingüístico, você precisar se referir a Este e não a Aquele, chame-o de Pai, como preferencialmente o chamava Jesus. Embora qualquer nome que se Lhe queira dar não seja seu nome adequado, dada a nossa inacessibilidade à Sua infinitude, podemos, contudo, chamá-Lo por nomes que mais se aproximem de sua verdadeira essência, tais como Espírito Eterno, Espírito Santo, ou simplesmente Espírito, Pai Eterno, Pai Criador, Pai celestial, ou simplesmente Pai, ou Senhor, evitando aqueles que foram conspurcados pelo viés carnal, dogmático e prepotente dos judeus. O nome de Jesus supera todos eles e é, com certeza, o mais adequado para nos referirmos à Divindade, que, em nossa fé, transcende e preside o mundo e sua criação. Portanto, em vez de "graças a Deus", diga "graças a Jesus"; em vez de "Deus te abençoe", diga "Jesus te abençoe"; em vez de "se Deus quiser", diga "se Jesus permitir" e assim por diante. Afinal, os cristãos devem, cada vez mais, se diferenciar dos judeus, o que não acontece quando, em relação à Divindade, usamos o mesmo designativo que eles usam em suas sinagogas.

            8.  Um sinal da dominação de nossas igrejas pelo judaísmo é a forma como oramos. Invariavelmente, a oração é totalmente dirigida à leitura judaica da Divindade, começando pela conhecida fórmula, "Senhor Deus todo poderoso, Pai onipotente, etc, etc”. Em seguida fazem-se os pedidos e as ações de graças, e, já no finzinho da oração, concede-se uma rápida menção a Jesus; e Ele, que devia estar no centro de tudo o que falamos e pensamos, entra na oração, assim, como Pilatos entrou no credo, com aquela outra batida e repetida fórmula: "é o que te pedimos, em nome do teu filho Jesus, Amém." Aqui também não nos diferenciamos dos judeus, pois essa mesma oração, exceto a fórmula final, poderia ser dita por qualquer rabino, em qualquer outra sinagoga. Quando tiver oportunidade de orar, inverta a seqüência: dirija-se unicamente a Jesus, que é a encarnação do Pai e do Espírito Santo, presente no coração dos que estão reunidos, agradeça as graças recebidas, faça os seus pedidos e termine a oração com algo tipo assim,"É o que te pedimos, Senhor Jesus, confiantes no teu amor, na tua misericórdia e na fidelidade de tuas promessas, Amém."
Muitos contestam essa advertência, alegando que o próprio Jesus, quando nos ensinou a orar, disse para nos dirigirmos ao Pai ("Pai nosso, que estais nos céus..."). Ora, enquanto Jesus esteve submetido à forma humana, Ele precisou, como qualquer homem, orar, dar graças, pedir, rogar etc. E isso Ele não podia fazer dirigindo-se a si mesmo, embora n'Ele estivessem também corporificados o Espírito Eterno e Pai Criador. Por isso Ele se dirigiu ao Pai em suas orações. Ressuscitado, Jesus sobe aos céus e se funde ao Pai, ao Espírito Eterno, deixando-nos como herança a graça infinita do seu nome e do seu  Evangelho como resumo de todas as coisas em que devemos acreditar. Podemos assim, começar e terminar o Pai Nosso com outras palavras, sem, contudo, mudar o sentido e a essência do que foi dito por Jesus, dando-lhe, entretanto, uma melhor conotação cristã. Você pode, pois, começar o Pai Nosso, dizendo: "Senhor Jesus, Espírito Santo e Pai Nosso que estais no céu, santificado seja o teu nome” etc. No final, você pode também substituir a fórmula um tanto aparentada com a soberba judaica, talvez por ter sido escrita por Mateus, um judeu convertido, "Por que teu é o reino, o poder e a glória para sempre, amém" por esta, mais cristã e mais de acordo com a humilde e a modéstia servidora de Jesus: "Por que teu é o reino da graça, da paz, do amor, do perdão e da misericórdia, para todo o sempre, amém e amém".

            9.  O Evangelho do Senhor Jesus nos basta. Para nossa salvação, de nada mais precisamos senão conhecê-lo e praticá-lo. Portanto, só a ele se dedique, e só dele extraia exemplos e citações, abandonando a velha e sovada fórmula judaica "A Bíblia diz isso, a Bíblia diz aquilo", substituindo-a por um novo e sonoro "O Evangelho diz...", ou então, "Diz o Evangelho do Senhor Jesus", ou ainda, "Assim falou Jesus em seu Evangelho". Em nossas igrejas, chega-se ao absurdo de se falar “a Bíblia diz”, mesmo quando se está citando o Evangelho, Atos e Cartas Apostólicas, numa clara e desrespeitosa depreciação  das palavras de Jesus e dos seus apóstolos.

            10.  O tirânico dogma da continuidade VT-NT termina por levar os cristãos a uma inconsciente, ou mesmo consciente, supervalorização das escrituras judaicas, em detrimento da verdadeiro Verbo do Espírito Eterno contido no Evangelho de Cristo. Um dos fatos que bem evidencia esta distorção é o “ato falho” dos editores de Bíblias, que escrevem a palavra escrituras (referindo-se à Bíblia judaica) com letra maiúscula, enquanto a palavra Evangelho é escrita depreciativamente com letra minúscula. É um equívoco que não se justifica nem mesmo do ponto de vista gramatical, uma vez que a palavra "escrituras" é um substantivo comum, porque se refere não só aos registros literários da doutrina judaica, mas também a todos os escritos sagrados de todas as religiões anteriores ao cristianismo; enquanto "Evangelho" é um substantivo próprio, que, a não ser quando usado em sentido figurativo, se refere a um único, específico e exclusivo documento sagrado, embora relatado em quatro diferentes versões. Portanto, nunca cometa o desrespeito de escrever Evangelho com letra minúscula e o erro gramatical de escrever “escrituras” com maiúscula. 

            11.  Tenha cuidado para não tentar impor aos outros a sua verdade, pela simples e arbitrária declaração subjetiva de que ela é mais fidedigna do que qualquer outra. Use a lógica, argumente, cite as inúmeras passagens que, no Evangelho do Senhor Jesus e nos Atos e cartas dos apóstolos, apontam para a abismal ruptura da Nova Aliança em relação à leitura judaica da lei mosaica e aos escritos do Velho Testamento.                                            Elas falam por si mesmas: são claras e irretorquíveis: o melhor argumento.
Não seja dogmático. O dogmatismo engessa, enrijece e fossiliza a fé. Não se esqueça que inomináveis barbáries foram cometidas em nome e em defesa de dogmas, literalismos e tradições, impostos e mantidos pelo poder temporal de sumo-sacerdotes e doutores de teologias fundamentalistas. Um dos aspectos mais marcantes na pregação do Evangelho pelo Senhor Jesus foi o seu preclaro e vigoroso anti-dogmatismo. Com suas fantásticas metáforas, parábolas, hipérboles, figurações e alegorias, combateu sem tréguas as tradições dogmáticas, o legalismo e o literalismo fundamentalista dos judeus, muitas vezes levando-os a ridículas estupefações, como quando ficaram se perguntando quem era aquele louco antropofágico que queria que lhe comessem a carne, porque Jesus, numa belíssima metáfora, havia declarado (Jo.6:51): “Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém dele comer, viverá eternamente”.

12.  Enfim, nunca desista de sua fé exclusiva no Senhor Jesus e no seu Evangelho. Ele é a mais perfeita imagem do Pai Criador, o Espírito Cósmico, Infinito, Eterno, em que estão todas as coisas e que em todas as coisas está. Ame-o de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todo o seu entendimento e de todas as suas forças. Perceba a Sua presença em cada uma de Suas criaturas, para que assim você possa amá-las com o mesmo amor incondicional e absoluto com que Ele nos ama. Em tudo, coloque-O em primeiríssimo lugar. Sinta em você a Sua presença, e valorize-O cada vez mais, em sua mente, em seu coração, em sua vida.

14.  Você também poderá colaborar com o Ministério Só Jesus, enviando para o nosso blogue, cartas, artigos, comentários, perguntas, objeções ou indicações para leitura, de textos que tratem das questões por nós levantadas de forma respeitosa, clara, racional, e sem dogmatismos fundamentalistas.