1 . Quer dizer que o que está escrito no Velho Testamento não é a Palavra de Deus?
Só podemos falar da Palavra do Pai Eterno com muita reverência e humildade, pois Ela é o próprio Pai (Jo.1:1). A Palavra, o Verbo, é, portanto, para nós, tão inalcançável e incognoscível quanto Ele, pois como iria a nossa mente, limitada à trôpega compreensão deste mundo finito, opaco e corruptível, alcançar e compreender a dimensão dos céus infinitos, onde mora o Espírito Eterno? Podemos, contudo, d'Ela nos aproximar através das revelações concedidas à mente e ao coração de homens, que somente no-las podem transmitir através da linguagem humana, que é, contudo, em todas as suas modalidades de manifestação, irremediavelmente carregada de errâncias e ambigüidades. Por isso, para empreendermos essa aproximação é imprescindível a análise e interpretação da linguagem, a hermenêutica, e, sobretudo, a oração e a meditação transcendental voltada ao que nos está sendo revelado. A mais fidedigna e verdadeira revelação da Palavra foi aquela feita pelo próprio Espírito, em pessoa, pela boca do seu filho Jesus. Mesmo assim, o que d'Ela chegou até nós não foi por meio do som das palavras pronunciadas pelos lábios de Jesus (Ah que bem-aventurados os que as ouviram!), e sim através das palavras escritas pelos seus discípulos, com todas as lacunas e errâncias, comuns a quem escreve de memória, depois de algum tempo de os fatos terem acontecido; a estas acrescente-se ainda o inevitável e pernicioso viés da cultura judaica em que foram nascidos e criados os seus escritores. Os profetas do VT foram, com certeza, divinamente iluminados, quando expressaram as palavras que o Espírito revelou ao seu entendimento, da mesma forma como hoje sentimos a Sua presença em nós, e ouvimo-Lo, quando oramos com fé, comoção e enternecimento. Não é raro pastores começarem suas pregações dizendo: "Hoje o Senhor falou comigo e ordenou ao meu coração que eu meditasse com vocês sobre esta ou aquela passagem do Santo Evangelho do Senhor Jesus". Contudo, ninguém, nem os profetas, nem nós, nem os reverendos pastores, tivemos a glória de ver os lábios do Senhor a pronunciar as palavras que d'Ele "ouvimos". Só os discípulos de Jesus, os que por Ele foram pessoalmente convocados, tiveram a suprema bem-aventurança de ver com os olhos e ouvir com os ouvidos as eternas palavras do Eterno Pai, saídas dos lábios do próprio Espírito encarnado, que, graças aos evangelistas que as escreveram, chegaram até nós, para que tivéssemos vida e vida em abundância. São essas palavras do Evangelho as que mais nos aproximam do verdadeiro Verbo Divino. Elas são as únicas a que os cristãos devem dar todo o crédito, e estudá-las, interpretá-las e sobretudo praticá-las. Essa é a condição básica e necessária para nossa salvação.
2. O que fazer, então, com o Velho Testamento? Vamos esquecê-lo, queimá-lo, jogá-lo no lixo?
A bíblia judaica, o Velho Testamento, escrita por mãos de homens carnais, embora inspirados por sua particular concepção do Espírito Eterno, perdeu toda a sua eficácia doutrinária frente à revelação do próprio Verbo Divino, encarnado na pessoa de Jesus Cristo. Para o cristão, não há outra regra de vida e salvação senão o Evangelho do Senhor Jesus; e nada a ele deve ser acrescentado, sobretudo os ultrapassados e destituídos escritos do VT (Hb.8:13). As escrituras judaicas, apesar do acerto de seu testemunho profético em relação à vinda do Messias Prometido, passam a ter, com a chegada d'Este, um caráter meramente histórico e devem ser colocadas na estante junto às escrituras das outras religiões anteriores à instituição da Nova Aliança, tais como, o Induísmo, o Brahmanismo, o Budismo, o Taoísmo etc, inclusive o Corão da religião mulçumana, que, apesar de ter sido escrito sete séculos depois de Cristo, deve, por conta de sua estrutura doutrinária, ser considerado, da mesma forma que o Apocalipse, como pertencente ao círculo da velha convenção, e, portanto destituído por Cristo, junto com as outras, de todo valor ritual e doutrinário. Esses escritos sagrados podem servir apenas ao conhecimento de quem busca erudição histórica e teológica, podendo eventualmente facilitar a tarefa de evangelização dos discípulos de Jesus junto aos seguidores destas tradições. Aliás, algumas delas, como por exemplo, o Tao Te King, muito nos podem ajudar a compreender os atributos essenciais do Espírito Eterno, tendo ainda a particularidade de se assemelhar muito mais à doutrina cristã do que o VT judaico, que, com exceção de algumas passagens ética e literariamente admiráveis, não passa de uma sucessão de traições, vinganças, racismo, etnocentrismo, ódio aos inimigos, mortes, assassinatos, guerras de conquista, saques, genocídios, terror e até antropofagia. A única utilidade que se pode admitir na leitura das escrituras judaicas é negativa, ou seja, o cristão poderá encontrar ali tudo que ele não deve fazer em sua vida de santificação cristã. O Evangelho do Senhor Jesus torna obsoleto tudo o que antes dele foi escrito sobre a Divindade e sobre as relações do homem com Ela. O Evangelho nos basta, e, para alcançarmos e praticarmos as verdades, mistérios e profundezas infinitas nele contidas, é pouco a dedicação exclusiva de toda uma vida. Podemos dizer com os versos introdutórios dos Lusíadas, de Camões: “Cesse tudo o que a musa antiga canta / que outro valor mais alto se alevanta”; ou com a abertura da Ode à Alegria de Schiller/Beethoven, no Coral da Nona Sinfonia (tradução livre): “Ó amigos, não mais estes cantos. / Entoemos canções mais agradáveis / que façam transbordar de alegria os nossos corações.”
3. Contudo, o Velho Testamento foi a preparação prenunciadora da vinda do Messias. Sem ele, não se pode compreender o significado do Cristo e do seu Evangelho. Comprova-o as citações a ele reportadas por Jesus e pelos apóstolos.
Metaforizando, podemos dizer que, nesse caso, o VT teria funcionado como a linha de montagem de uma fábrica que projetou e fabricou o produto final, que seria Jesus. Tudo bem! Só que, o que importa para as pessoas é o produto final e acabado, e não as linhas de montagem. Por exemplo, para ver, conhecer e constatar a potência, o conforto e a segurança de um veículo (carro ou avião), ninguém precisa se cansar, se sujar todo de graxa e ficar atônito com as complicadas engrenagens da linha de montagem que o produziu. Muitos dos felizes proprietários nem sabem o que vem a ser essa tal linha de montagem. A única coisa que a elas interessa é sentir e gozar a utilidade, o conforto e a segurança que o veículo lhes proporciona. Também não há nenhuma necessidade de se voltar à linha de montagem para aprender a usá-lo ou dirigi-lo. Da mesma forma, para sermos cristãos não há nenhuma necessidade de conhecermos a genealogia e as peripécias vividas pelos antepassados de Jesus. Fazer isto é o mesmo que exigir atestado de antecedentes antes de acreditar e agradecer a uma pessoa, que, por pura compaixão, amor gratuito e infinita generosidade, tivesse sacrificado sua própria vida para nos salvar da morte. Ou seja, pode-se conceber um perfeito e santo cristão sem que o mesmo tenha sequer ouvido falar na existência do Velho Testamento.
Há um ditado popular que diz: “A cavalo dado não se abre a boca”. A saber, séria uma séria desfeita ao doador, abrir-se a boca do cavalo, à sua frente, para saber, pelo estado de sua dentição, a idade a saúde do animal presenteado. Constitui também uma grave ofensa ao Pai Eterno, condicionar a crença total no Seu Filho, que nos foi dado gratuitamente em sacrifício para nossa salvação, ao conhecimento de seus antecedentes.
Quanto às citações ao VT contidas nos Evangelhos, Atos e Cartas, foram quase todas feitas, não como base e fundamento para a edificação da santidade cristã, mas como argumento para convencer os judeus de dura cerviz, que Jesus era o Cristo, o Messias da Salvação, anunciado pelos oráculos de seus próprios profetas.
4. Que atitude devemos tomar em relação aos judeus? Devemos desprezá-los, odiá-los ou apreciá-los e amá-los?
Devemos nos relacionar com os judeus da mesma forma como Jesus se relacionou: amá-los como a nós mesmos, da mesma forma como devemos amar qualquer outro ser humano, mesmo que eles nos rejeitem como rejeitaram a Cristo. Aliás, com Jesus, termina a missão de Israel como “povo escolhido”, encarregado de anunciar e preparar a vinda do Messias Prometido. Para os cristãos não deve haver mais diferença entre judeus, gregos, gentios, budistas, hinduístas, taoístas, xamanistas, masdeístas ou muçulmanos. Com Cristo, todos os povos e criaturas do mundo são irmãos e iguais e formam um só povo, o novo “povo escolhido”, destinados a entrar unidos e irmanados no reino do Pai Eterno. Não há mais acepção de pessoas. Não há mais acepção de raça, cor, língua ou nação. Não devemos, portanto, julgar nem condenar nossos irmãos judeus. Devemos perdoá-los, assim como Jesus os perdoou, mesmo tendo sido pregado por eles na cruz. Tanto judeus como muçulmanos, budistas, hinduístas, ateus e descrentes de todos os cantos do universo devem fazer parte do mesmo campo missionário onde devemos, em obediência à ordem divina, pregar o Evangelho de Jesus, pois assim Ele disse aos seus discípulos: "Ide e pregai o EVANGELHO a toda criatura, em todas as nações, desde Samaria até os confins da terra".
5. Quer dizer que os judeus são nossos inimigos?
De forma alguma. Um verdadeiro cristão ama os que se dizem ou se fazem seus inimigos. Ora, quando você ama os inimigos, não há mais como dizer que eles, os inimigos amados, sejam seus inimigos, pois você os acolhe com o mesmo amor com que você recebe os que você considera como seus amigos. Jesus nos ensina a sermos perfeitos como perfeito é nosso Pai Celestial: “Eu porém vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem, para que vos torneis filhos do vosso Pai que está nos céus, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e deixa cair a chuva sobre justos e injustos (Mt.5:44-45).
6. Mas Jesus diz, em Mateus 5:17, que não veio revogar nem mudar a Lei, mas cumpri-la!
A Lei que o Pai Eterno revelou aos homens realmente não muda porque ela é tão eterna como o próprio Pai Criador o é. Jesus não cometeria, pois, o absurdo de querer revogar ou mudar o que tem o selo da eternidade. A Lei não muda, é verdade, mas mudam as concepções, as interpretações, as leituras que os homens fazem da Lei, a partir do contexto social em que ela se dá a conhecer, e a depender do paradigma cultural historicamente adotado. O melhor exemplo para elucidar a questão do paradigma foi dado já no Século XVI, pela chamada Revolução Copernicana. A lei que rege a posição e o movimento dos corpos celestes sempre foi e será a mesma: não muda com o tempo. Contudo, até Copérnico publicar, em 1543, a sua obra Da revolução dos mundos celestes, a leitura que dela se fazia tinha como paradigma a terra imóvel, como centro do universo, em torno da qual giravam todos os astros (geocentrismo). Esse paradigma, denominado de ptolomaico, por ter sido estabelecido, pela primeira vez, pelo astrônomo grego Cláudio Ptolomeu (90-168 d.C.), embora tenha permitido algumas descobertas importantes, como a previsão de eclipses, os equinócios e as estações do ano, limitou dramaticamente, durante mil e quinhentos anos, o conhecimento dos astrônomos, que, com a passagem para o paradigma copernicano da terra móvel, girando em torno de si mesma e, como todos os outros astros do sistema, em torno do sol (heliocentrismo), tornou-se praticamente ilimitado. Ou seja, a Lei que rege o universo das estrelas é a mesma, mas as leituras feitas a partir de diferentes paradigmas permitiram visões da mesma lei e do mundo totalmente diferentes, senão contraditórias ou mesmo opostas. Copérnico, então, poderia dizer: "Assim como Jesus não veio revogar nem mudar a Lei do Pai Eterno e sim completá-la, eu também não vim revogar ou mudar a Lei que rege os corpos celestes, e sim completá-la, a fim de revelar aos homens o que estava oculto desde o começo do mundo, e permitir o pleno conhecimento da verdadeira dimensão do universo estelar". Semelhantemente podemos dizer que a leitura judaica da Lei do Pai Eterno era drasticamente limitada pelo estreito paradigma literal e fundamentalista da Antiga Aliança, que só permitia ver na Lei: o pecado, a justiça, a condenação, a ira e a morte, enquanto que o paradigma liberal e anti-dogmático da Nova Aliança, permitiu uma leitura da mesma Lei como subproduto do amor, do perdão, da compaixão e da misericórdia, que ampliou ao infinito as possibilidades da vida humana, erigindo o próprio ser humano como templo e morada do Altíssimo, proporcionando-lhe liberdade e vitória sobre a morte, e trazendo-lhe vida, e vida em abundância na eternidade do Reino dos Céus. A Lei não está mais lá fora, escrita em pedras, papiro ou papel, mas dentro de nós, escrita em nossos corações. Ou seja, a passagem daquele para este paradigma, deu lugar a visões de mundo opostas e mutuamente excludentes, entre a Velha Aliança judaica (correspondendo à limitada obscuridade da astronomia ptolomaica) e a Nova Aliança cristã (equivalente à fantástica iluminação sapiencial do paradigma copernicano).
7. Tendo sido Jesus um circuncidado de linhagem judaica, desde Adão até seus pais (Lc.3:23-37), e, tendo cumprido com zelo todos os ritos e festas da religião mosaica, como se pode dizer que ele rejeitou o judaísmo?
Jesus cumpriu os ritos judaicos porque, se assim não o fizesse, escandalizaria e afugentaria os judeus, a quem Ele queria preferencialmente conquistar para o âmbito de sua Nova Aliança. Como depois diria Paulo em I Cr.9:20: “Fiz-me como judeu para os judeus, para ganhar os judeus. Para os que estão debaixo da lei, como se estivesse debaixo da lei, para ganhar os que estão debaixo da lei.” No episódio do batismo (Mt.3:13-15), quando João tentava dissuadir de que ele é que deveria ser batizado por Jesus, e não ao contrário, Este respondeu: “Deixa estar como está: por enquanto nos convém cumprir todas as exigências da tradição.” Se Jesus disse “por enquanto”, é por que Ele sabia que, a partir de um certo um tempo, essas exigências deveriam ser extintas e não mais cumpridas.
Realmente, Jesus tem raízes judaicas, assim como a Igreja Reformada tem raízes na Igreja Romana, assim como a astronomia copernicana tem suas raízes na astronomia ptolomaica, assim como um automóvel tem suas raízes na linha de montagem (V. a resposta à pergunta 3.); mas, em todos esses casos, o que conta para a vida e para o desenvolvimento do conhecimento, da sabedoria e da felicidade dos seres humanos são as árvores que cresceram quando a semente morreu, e não as raízes, que ficam sob a terra, na escuridão do esquecimento. É nas árvores que as aves do céu fazem seus ninhos e não em suas raízes. Para a vida do Espírito, Jesus é a maior de todas as árvores, e é nela, e não em suas raízes, que os cristãos devem se aninhar. Melhor então seria dizer que Israel foi a semente que continha em seu potencial a promessa do Messias da Salvação. Mas foi preciso que a semente morresse para que a árvore que nos leva ao céu crescesse e desse os frutos que alimentam a nossa fé. O sacrifício de Jesus na cruz bem simboliza a morte da semente que O potencializou, e sua ressurreição, o nascimento da Árvore Celestial, penhor e garantia de nossa salvação. Seria, então, pura insensatez, deixar o ar vivificador, puro e oxigenado que reina na folhagem da Árvore da Vida, e ir para as raízes, ocultas na escuridão mortífera da terra; ou ir em busca da semente que não tem mais razão de existir, porque a razão de sua existência vingou, cresceu, floresceu, frutificou e venceu a morte.
8. Que devo fazer para participar do Ministério Só Jesus?
Se você concorda com a tese central deste ministério, que consiste na conversão exclusiva a Jesus e ao seu Evangelho; se você tem a certeza de que o Evangelho de Jesus é a única e suficiente regra de vida e salvação a que os cristãos devem se apegar; se você percebe com clareza que a leitura da Lei e da Divindade contida no Evangelho do Senhor Jesus se contrapõe frontalmente à leitura da Lei e da Divindade feita pela tradição judaica; se você não aceita o dogma humano da continuidade linear entre o velho e o novo testamento; se você vê no cristianismo uma mudança de paradigma, em relação à lei mosaica, igual a que houve entre o geocentrismo ptolomaico e o heliocentrismo copernicano, em relação á lei imutável que rege os corpos celestes; se você crê firmemente que Jesus é o Espírito do Pai Eterno encarnado em forma humana, você está pronto para participar de nosso ministério e se transformar num verdadeiro cristão.
A seguir sugerimos alguns princípios, conselhos e diretrizes para uma participativa iniciação ao Ministério Só Jesus:
1. Antes de tudo, imite Jesus: procure ser manso, humilde e modesto de coração. Por terem dentro de si convicções judaizantes, dogmáticas e fundamentalistas, herdadas do culto ao Velho Testamento, muitos reagirão com desprezo, escárnio e mesmo violência à sua proposta de conversão exclusiva a Jesus e ao seu Evangelho. Poderão também acusá-lo de heresia, blasfêmia e até de conjuração satânica. Não se preocupe: os judeus fizeram muito pior com Jesus. Procure não reagir pagando com a mesma moeda. Dê de volta a moeda do amor, do perdão, da tolerância e da compreensão. Quem tem a convicção de estar com a Verdade nada teme, e mantém a calma, porque sabe que ela (a Verdade), mais cedo ou mais tarde, prevalecerá, e haverá de conquistar todos os corações por mais duros e insensíveis que alguns deles possam parecer. Com calma e serenidade, continue a defender com humildade, mansidão, ousadia e intrepidez o único e verdadeiro caminho da salvação, o Evangelho, e só o Evangelho, do Senhor Jesus.
2. Não pense em sair da comunidade cristã onde Você partilha com outros irmãos a Palavra, a oração, o pão e o vinho. Fuja da tentação de fundar outra igreja ou denominação sob os fundamentos do Ministério Só Jesus. Queremos unir e não dividir ainda mais. Nosso objetivo não é implantar novas igrejas ou criar novas denominações, mas chamar as já existentes à unidade, através da conversão exclusiva a Cristo Jesus e ao seu Evangelho, escoimando-as de toda influência judaica, advinda da inclusão do Velho Testamento no cânon cristão. O Ministério Só Jesus deve ser exercido dentro de cada uma das inumeráveis igrejas e denominações em que se pulverizou a cristandade, inclusive as católicas romanas e orientais. Nosso objetivo, nosso anseio, nossa esperança, é que um dia, nem que seja daqui a milênios, toda a humanidade esteja unida em um só rebanho, tangido e guiado por um só pastor o Pastor Único e Universal, que desceu do céu para recolher ao seu aprisco de amor e de esperança todas as ovelhas que se desgarraram da sua verdade e da sua luz unificadora.
3. Se Você for pastor, padre católico, bispo, presbítero, diácono, espírita, pai de santo, ou simples membro ou discípulo de qualquer comunidade cristã, comece, desde já, a dar preferência ao Evangelho, atos e cartas dos apóstolos, em suas leituras, mensagens e pregações, afastando-se cada vez mais do VT e do Apocalipse. Contudo, para não escandalizar os fiéis, não é recomendável uma mudança brusca nos rumos doutrinários de sua congregação. O erro de milênios não pode ser corrigido em poucos anos. Você mesmo não experimentará de imediato uma conversão completa. Só com o tempo é que vai se convencer desta verdade e internalizá-la em seu coração. Conosco, foram cerca de vinte anos de observações, estudos, pesquisas, e intensa batalha espiritual para saber se a fonte dessas idéias que assaltavam a nossa mente era o Espírito Conselheiro e Consolador enviado pelo Senhor Jesus ou se eram provenientes de alguma potestade maligna disfarçada de anjo de luz. Só com muita fé, vigília e oração a batalha foi vencida, e, por fim, tivemos, não só a convicção e a certeza da correção de nosso pensamento, mas também o mandato espiritual de defendê-las aberta e publicamente. Não é do dia para a noite que se consegue desarraigar da mente e do coração dogmas e convicções que ali foram inculcadas desde o nosso nascimento físico ou espiritual. A leitura freqüente do Evangelho e a prática da oração dirigida exclusivamente a Jesus apressará, com certeza, essa conversão. Bom senso, precaução, perseverança e firmeza de propósitos são os melhores conselheiros nessa transição das sombras carnais da Bíblia judaica para a luz espiritual do Evangelho de Cristo. No futuro, esta tarefa será facilitada com a publicação de novos artigos e estudos mais aprofundados sobre a tese da conversão exclusiva a Cristo e ao seu Evangelho, bem como de exemplares do Novo Testamento contendo apenas o cânon verdadeiramente cristão, de onde serão excluídos o Velho Testamento e o Apocalipse.
4. Faça o propósito de ler muitas, muitas, infinitas vezes, o Evangelho do Senhor Jesus, examinando, interpretando, raciocinando e meditando sobre cada versículo, cada passagem, cada parábola nele contidos. Aí você vai encontrar um número infinito de verdades, mistérios e profundezas de incomparável beleza, sublimes, arrebatadoras, diante das quais se amesquinham e se aniquilam aquelas contidas nas escrituras de todas as antigas religiões, sobretudo a judaica. Muito boa prática é adquirir o hábito de ler todos os dias, sem falta, pelo menos um capítulo do Evangelho, alternando, no outro dia, com um capítulo dos atos e cartas dos apóstolos. Começa-se com Mateus 1:1 e, passando por Marcos e Lucas, chega-se até o final de João, volta-se para Mateus, repetindo-se o círculo indefinidamente. Alternativamente, começa-se com Atos dos Apóstolos, caminha-se até o final de Judas e volta-se a Atos, repetindo indefinidamente o percurso. Isso, capítulo a capítulo, mas sem prejuízo de outras leituras mais completas e extensivas para estudo e meditação. O Evangelho é infinitamente mais rico em luz e verdade do que são, não só a Bíblia dos judeus, mas também todas as escrituras sagradas antes dele escritas.
5. Em suas leituras do Evangelho, preste atenção às passagens que apontam claramente para a superação e o rompimento com o VT e a antiga aliança. Elas são muitas, inúmeras, e só não as vê quem, obnubilado pelo dogma da continuidade VT-NT, fecha os olhos para a Verdade e despreza as palavras da salvação. Temos que parar com a danação de se continuar fazendo, hoje, com Jesus, o mesmo que os judeus fizeram com Ele e os seus discípulos na Jerusalém dos primeiros tempos da Igreja.
6. Se você, sob a acusação de heresia e blasfêmia, for suspenso ou expulso da sua congregação, diga-lhes que você apela para o Senhor Jesus, que é o Pastor Supremo de todas as comunidades cristãs, e continue a freqüentar todos os cultos e serviços como sempre o fez, mesmo que alguns virem o rosto e lhe neguem a palavra. Se, na Santa Ceia, lhe recusarem os elementos da eucaristia, traga de casa um pedacinho de pão e um frasquinho com vinho ou suco de uva, e ministre a si mesmo os elementos, como testemunho da Nova Aliança instituída pelo Senhor Jesus. Se, por causa de seu amor exclusivo a Cristo, quiserem usar da força para lhe arrastarem para fora do templo, faça como Jesus fazia, quando os judeus das sinagogas de Jerusalém o ameaçavam de apedrejamento e morte: fuja da violência, mas volte e insista na defesa da conversão exclusiva a Cristo e ao seu Evangelho, com o objetivo de desinfecçionar a comunidade cristã deste malígno judaísmo, advindo da devoção ao Velho Testamento e ao Apocalipse, que a desune e corrompe.
7. Aos poucos, vá se libertando do vocábulo Deus, designativo judaico para a Divindade Suprema, que carrega toda a conotação negativa de ira, justiça, condenação e fundamentalismo legalista, que lhe foi dada pela religião hebraica, e fale apenas de JESUS, que representa, enquanto Espírito da Nova Aliança, o amor incondicional e absoluto, o perdão, a misericórdia e a fé, penhores únicos e exclusivos de vida e salvação. Jesus é também a representação humana do Espírito Eterno e Pai Criador, ("Antes de Abraão, eu sou") que, com Ele são a mesma Pessoa. Se, por motivos didáticos ou circunstanciamento lingüístico, você precisar se referir a Este e não a Aquele, chame-o de Pai, como preferencialmente o chamava Jesus. Embora qualquer nome que se Lhe queira dar não seja seu nome adequado, dada a nossa inacessibilidade à Sua infinitude, podemos, contudo, chamá-Lo por nomes que mais se aproximem de sua verdadeira essência, tais como Espírito Eterno, Espírito Santo, ou simplesmente Espírito, Pai Eterno, Pai Criador, Pai celestial, ou simplesmente Pai, ou Senhor, evitando aqueles que foram conspurcados pelo viés carnal, dogmático e prepotente dos judeus. O nome de Jesus supera todos eles e é, com certeza, o mais adequado para nos referirmos à Divindade, que, em nossa fé, transcende e preside o mundo e sua criação. Portanto, em vez de "graças a Deus", diga "graças a Jesus"; em vez de "Deus te abençoe", diga "Jesus te abençoe"; em vez de "se Deus quiser", diga "se Jesus permitir" e assim por diante. Afinal, os cristãos devem, cada vez mais, se diferenciar dos judeus, o que não acontece quando, em relação à Divindade, usamos o mesmo designativo que eles usam em suas sinagogas.
8. Um sinal da dominação de nossas igrejas pelo judaísmo é a forma como oramos. Invariavelmente, a oração é totalmente dirigida à leitura judaica da Divindade, começando pela conhecida fórmula, "Senhor Deus todo poderoso, Pai onipotente, etc, etc”. Em seguida fazem-se os pedidos e as ações de graças, e, já no finzinho da oração, concede-se uma rápida menção a Jesus; e Ele, que devia estar no centro de tudo o que falamos e pensamos, entra na oração, assim, como Pilatos entrou no credo, com aquela outra batida e repetida fórmula: "é o que te pedimos, em nome do teu filho Jesus, Amém." Aqui também não nos diferenciamos dos judeus, pois essa mesma oração, exceto a fórmula final, poderia ser dita por qualquer rabino, em qualquer outra sinagoga. Quando tiver oportunidade de orar, inverta a seqüência: dirija-se unicamente a Jesus, que é a encarnação do Pai e do Espírito Santo, presente no coração dos que estão reunidos, agradeça as graças recebidas, faça os seus pedidos e termine a oração com algo tipo assim,"É o que te pedimos, Senhor Jesus, confiantes no teu amor, na tua misericórdia e na fidelidade de tuas promessas, Amém."
Muitos contestam essa advertência, alegando que o próprio Jesus, quando nos ensinou a orar, disse para nos dirigirmos ao Pai ("Pai nosso, que estais nos céus..."). Ora, enquanto Jesus esteve submetido à forma humana, Ele precisou, como qualquer homem, orar, dar graças, pedir, rogar etc. E isso Ele não podia fazer dirigindo-se a si mesmo, embora n'Ele estivessem também corporificados o Espírito Eterno e Pai Criador. Por isso Ele se dirigiu ao Pai em suas orações. Ressuscitado, Jesus sobe aos céus e se funde ao Pai, ao Espírito Eterno, deixando-nos como herança a graça infinita do seu nome e do seu Evangelho como resumo de todas as coisas em que devemos acreditar. Podemos assim, começar e terminar o Pai Nosso com outras palavras, sem, contudo, mudar o sentido e a essência do que foi dito por Jesus, dando-lhe, entretanto, uma melhor conotação cristã. Você pode, pois, começar o Pai Nosso, dizendo: "Senhor Jesus, Espírito Santo e Pai Nosso que estais no céu, santificado seja o teu nome” etc. No final, você pode também substituir a fórmula um tanto aparentada com a soberba judaica, talvez por ter sido escrita por Mateus, um judeu convertido, "Por que teu é o reino, o poder e a glória para sempre, amém" por esta, mais cristã e mais de acordo com a humilde e a modéstia servidora de Jesus: "Por que teu é o reino da graça, da paz, do amor, do perdão e da misericórdia, para todo o sempre, amém e amém".
9. O Evangelho do Senhor Jesus nos basta. Para nossa salvação, de nada mais precisamos senão conhecê-lo e praticá-lo. Portanto, só a ele se dedique, e só dele extraia exemplos e citações, abandonando a velha e sovada fórmula judaica "A Bíblia diz isso, a Bíblia diz aquilo", substituindo-a por um novo e sonoro "O Evangelho diz...", ou então, "Diz o Evangelho do Senhor Jesus", ou ainda, "Assim falou Jesus em seu Evangelho". Em nossas igrejas, chega-se ao absurdo de se falar “a Bíblia diz”, mesmo quando se está citando o Evangelho, Atos e Cartas Apostólicas, numa clara e desrespeitosa depreciação das palavras de Jesus e dos seus apóstolos.
10. O tirânico dogma da continuidade VT-NT termina por levar os cristãos a uma inconsciente, ou mesmo consciente, supervalorização das escrituras judaicas, em detrimento da verdadeiro Verbo do Espírito Eterno contido no Evangelho de Cristo. Um dos fatos que bem evidencia esta distorção é o “ato falho” dos editores de Bíblias, que escrevem a palavra escrituras (referindo-se à Bíblia judaica) com letra maiúscula, enquanto a palavra Evangelho é escrita depreciativamente com letra minúscula. É um equívoco que não se justifica nem mesmo do ponto de vista gramatical, uma vez que a palavra "escrituras" é um substantivo comum, porque se refere não só aos registros literários da doutrina judaica, mas também a todos os escritos sagrados de todas as religiões anteriores ao cristianismo; enquanto "Evangelho" é um substantivo próprio, que, a não ser quando usado em sentido figurativo, se refere a um único, específico e exclusivo documento sagrado, embora relatado em quatro diferentes versões. Portanto, nunca cometa o desrespeito de escrever Evangelho com letra minúscula e o erro gramatical de escrever “escrituras” com maiúscula.
11. Tenha cuidado para não tentar impor aos outros a sua verdade, pela simples e arbitrária declaração subjetiva de que ela é mais fidedigna do que qualquer outra. Use a lógica, argumente, cite as inúmeras passagens que, no Evangelho do Senhor Jesus e nos Atos e cartas dos apóstolos, apontam para a abismal ruptura da Nova Aliança em relação à leitura judaica da lei mosaica e aos escritos do Velho Testamento. Elas falam por si mesmas: são claras e irretorquíveis: o melhor argumento.
Não seja dogmático. O dogmatismo engessa, enrijece e fossiliza a fé. Não se esqueça que inomináveis barbáries foram cometidas em nome e em defesa de dogmas, literalismos e tradições, impostos e mantidos pelo poder temporal de sumo-sacerdotes e doutores de teologias fundamentalistas. Um dos aspectos mais marcantes na pregação do Evangelho pelo Senhor Jesus foi o seu preclaro e vigoroso anti-dogmatismo. Com suas fantásticas metáforas, parábolas, hipérboles, figurações e alegorias, combateu sem tréguas as tradições dogmáticas, o legalismo e o literalismo fundamentalista dos judeus, muitas vezes levando-os a ridículas estupefações, como quando ficaram se perguntando quem era aquele louco antropofágico que queria que lhe comessem a carne, porque Jesus, numa belíssima metáfora, havia declarado (Jo.6:51): “Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém dele comer, viverá eternamente”.
12. Enfim, nunca desista de sua fé exclusiva no Senhor Jesus e no seu Evangelho. Ele é a mais perfeita imagem do Pai Criador, o Espírito Cósmico, Infinito, Eterno, em que estão todas as coisas e que em todas as coisas está. Ame-o de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todo o seu entendimento e de todas as suas forças. Perceba a Sua presença em cada uma de Suas criaturas, para que assim você possa amá-las com o mesmo amor incondicional e absoluto com que Ele nos ama. Em tudo, coloque-O em primeiríssimo lugar. Sinta em você a Sua presença, e valorize-O cada vez mais, em sua mente, em seu coração, em sua vida.
14. Você também poderá colaborar com o Ministério Só Jesus, enviando para o nosso blogue, cartas, artigos, comentários, perguntas, objeções ou indicações para leitura, de textos que tratem das questões por nós levantadas de forma respeitosa, clara, racional, e sem dogmatismos fundamentalistas.